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Advogado diz que pai de vítima do incêndio do CT se ressente de ‘relação mais humana com o Flamengo’

Thiago Divanenko, que representa os familiares de Vitor Isaías e de Bernardo Pisetta, atendeu o LANCE! e falou sobre as negociações com a diretoria e a condução do caso

Montagem - Vitor Isaías e Bernardo Pisetta
imagem cameraVitor Isaías e de Bernardo Pisetta: familiares dos jovens são clientes de Thiago Divanenko (Foto: Reprodução)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 06/02/2020
15:53
Atualizado em 07/02/2020
07:05

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O incêndio no alojamento das divisões de base do Flamengo, no Ninho do Urubu, completa um ano neste sábado, dia 8 de fevereiro. A Polícia Civil ainda não finalizou o inquérito, tampouco o Ministério Público apresentou as denúncias, e, por parte do clube, ainda não foram fechados todos acordos por indenizações com as famílias da dez vítimas. O advogado Thiago Divanenko, que representa os familiares de Vitor Isaías e de Bernardo Pisetta, atendeu o LANCE! e falou sobre as negociações com a diretoria e a condução do caso.

A família de Vitor Isaías é uma das três que, até o momento, acertou o valor da indenização com o Flamengo - Athila Paixão, Gedson Santos e com o pai de Rykelmo são os demais que entraram em acordo com o clube -, enquanto a de Bernardo Pisetta não. Thiago Divaneko deu os motivos para tal situação e afirma que Darlei Pisetta, pai de Benardo, se "ressente de uma relação mais humana" do Flamengo.

- Há vários fatores que podem ter contribuído, mas o principal eu repito que seja o que o abalo psicológico provoca nos familiares. Cada um tem uma forma de lidar com a situação. Alguns se abrem mais rápido para a conversa, outros demoram um pouco mais. É da natureza humana - afirmou, antes de seguir:

- Tenho dito que para além da indenização, Darlei, pai do Bernardo, se ressente de uma relação mais humana com o Clube. É importante pensar nesse lado, especialmente para quem sofreu a perda das famílias.

Confira outras respostas do advogado Thiago Divanenko ao LANCE!:

Como você recebeu as palavras do Jurídico do Flamengo, que não poderia procurar os familiares em prol de suporte pois teria que falar com os advogados antes?


- Bem, em relação à procura dos clientes, é uma norma ética da advocacia em geral, não sobre esse caso específico. Parte fala com parte e advogado fala com advogado. No caso do Darlei (pai do Bernardo), o advogado contratado e eu estamos em contato frequente e o jurídico do clube, já fez, na qualidade de diretor, contato com o Darlei. Não há problema, tampouco impedimentos.

Qual é a sua opinião sobre o pronunciamento do Flamengo via Fla TV? E o que pensa sobre a citação de "jurisprudência" neste caso?

- Achei que a manifestação, obviamente, enfrenta as questões sob a ótica do clube, não configurando nenhum fato novo. Em relação a jurisprudência, ela é uma referência, mas os processos devem ser julgados com análise do caso concreto. Falar em jurisprudência, especialmente no momento em que se busca uma composição amigável, não me parece aplicável.

Os familiares têm o receio de, caso o processo arraste-se por um tempo considerável, o valor resignado seja até menor do que o oferecido anteriormente pelo Flamengo? Você já conversou com a família do Bernardo sobre isto?

- O que mais incomoda os familiares, no caso de um processo judicial, é o prolongamento do sofrimento, embora eles saibam de todos os riscos que envolvem a demanda. Por isso, tanto a família como os procuradores, defendem uma composição até o extremo das possibilidades.

Onde o Flamengo mais falha desde o início deste processo? E onde mais acerta? A pergunta é quanto a todos os âmbitos...

- Acho que o clube falha na comunicação com as famílias. Difícil dizer onde o clube acerta, pois as perspectivas são antagônicas.

Há, de fato, o prometido suporte psicológico do Flamengo com todas as famílias envolvidas?

- As famílias que eu represento, e posso falar apenas por elas, tem recebido esse suporte, que se configura em uma obrigação moral do clube, dada a gravidade dos fatos, mas que tem sido cumprida.

Como especialista: por que considera tão importante chegar aos responsáveis e, consequentemente, puni-los?

- Há um caráter pedagógico nas punições, para que lamentáveis fatos como estes jamais voltem a acontecer. As famílias desejam respostas, mas confiam no trabalho da polícia e do Ministério Público.

Incomoda os familiares o fato de o inquérito ser pouco citado na mídia?

- As famílias, é claro, desejam respostas, mas confiam no trabalho da Polícia e do Ministério Público.

Qual critério para chegar ao valor pedido como indenização?

- Foram vários cenários analisados,mas o principal critério é o conforto daqueles que ficam e que tanto sofreram com a partida prematura dos seus entes queridos.

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