Fim da Era Landim: Conselho rejeita proposta de extensão de mandato no Flamengo

Reunião na sede do clube, na Gávea, é marcada por confusões entre os conselheiros, mas sem protestos de torcedores

Rodolfo Landim e Marcos Braz - Flamengo
Rodolfo Landim disse que não quer ser presidente do Flamengo por mais nenhum dia além do tempo de mandato. (Foto: Alexandre Vidal / CRF)

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O Conselho Deliberativo do Flamengo se reuniu na Gávea para apreciar e votar três propostas estatutárias. Uma foi aprovada e outras duas, rejeitadas. A emenda que pede inclusão da exigência de planejamento estratégico do orçamento para todo o triênio (hoje em dia funciona anualmente) foi aprovada por maioria absoluta.

A segunda proposta votada era para a extensão do mandato de três para quatro anos, sem possibilidade de reeleição. Esta, foi reprovada por unanimidade. O atual presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, pediu a palavra durante a votação e disse que "não quer mais nem um dia à frente da presidência do Flamengo além do mandato atual".

Quem também fez uso da palavra e foi contrário à extensão do mandato de três para quatro anos foi Rodrigo Dunshee, vice-presidente geral e jurídico do Flamengo. Por outro lado, Flávio Willeman, ex-vice jurídico de Eduardo Bandeira de Mello, se manifestou e pediu mais tempo para que os conselheiros estudassem a proposta, entretanto, ele votou contra. Ao final da apreciação, a emenda foi reprovada por unanimidade.

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Até este momento, tudo corria bem na reunião do Conselho Deliberativo, até o momento da votação da emenda que visava proibir a candidatura de pessoas que ocupem cargos eletivos. A principal questão em relação à proposta girava em torno de uma possível tentativa de Eduardo Bandeira de Mello de retornar à presidência.

A emenda foi votada e rejeitada por ampla maioria, cerca de 70 a 30%, segundo relatos dos conselheiros. No entanto, membros da situação não aceitaram o resultado, e pediram a recontagem dos votos. E aí começou a confusão. O formato da votação era simples, e consistia em: quem fosse a favor da proposta, levantava. Quem fosse contra, ficava sentado. No entanto, essa dinâmica foi alterada quatro vezes até o resultado final, o que gerou todo o conflito.

Conselheiros da situação e oposição discutiram, e seguranças presentes no local entraram no circuito para evitar atitudes mais 'drásticas'. Cacau Cotta, diretor de relações externas do Flamengo, foi um dos envolvidos direto no conflito gerado durante votação da emenda. Rodrigo Dunshee, que havia se manifestado a favor da proposta, foi vaiado por demais membros do conselho.

Após a confusão generalizada que se instaurou na parte interna da Gávea, sede social do Flamengo, o presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Alcides, que havia proclamado a rejeição da emenda, voltou atrás da decisão por impugnação e anulou a votação da última proposta. Vários conselheiros presentes entoaram gritos de 'burro' a Antonio.

Com a caótica situação instaurada, a votação foi suspensa, e os conselheiros que iam deixando a Gávea conversaram com a imprensa. Ricardo Hinrichsen, candidato à presidência na última eleição e ex-vice-presidente de marketing do Flamengo, criticou o formato das votações e pediu por uma “modernização” no sistema, de modo a evitar problemas futuros.

Marco Aurélio Assef, da oposição, também conversou com a reportagem e lamentou o ocorrido. "Foi constrangedor pra todos os conselheiros. A votação é proclamada, e a mesa foi virada. O presidente do Conselho Deliberativo proclama o resultado e, pressionado, diz que a mesa impugnou o resultado e suspende a sessão. Virada de mesa é com o Fluminense."

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Ainda em relação à confusão que assolou a reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo, membros da oposição deixaram a sede social do clube demonstrando preocupação com o destino das imagens do encontro. As gravações poderiam servir como prova de que o presidente realmente chegou a proclamar a rejeição à emenda dos cargos eletivos.

O encontro foi realizado na sede social do clube, na Gávea, e protestos estavam previstos, mas não aconteceram. Houve apenas um carro de som, que dava voltas no prédio. A gravação que tocava no veículo pedia que os conselheiros rejeitassem a proposta de aumento do tempo de mandato, chamava os dirigentes de amadores e descrevia o ano como um “vexamão”.

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