Descobridor de Gerson volante, Gallo opina sobre momento do camisa 8 no Flamengo: ‘Não me surpreende’
Ex-treinador da Seleção Brasileira sub-20 também se rende a Gabigol, com quem trabalhou no Sul-americano de 2015: 'Um dos jogadores da geração que mais evoluiu no mundo'
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Gerson chegou ao Flamengo em julho deste ano e caiu rapidamente nas graças da torcida rubro-negra. Formando dupla de volantes ao lado de Willian Arão, o camisa 8 brindou os flamenguistas com mais uma boa atuação no último sábado, na vitória da equipe carioca sobre o Santos, por 1 a 0, que deu o título simbólico do primeiro turno do Campeonato Brasileiro à equipe da Gávea.
O jogador de 22 anos, antes apontado como o "Coringa" de Jorge Jesus, assumiu, de vez, um papel mais recuado no meio-campo do Flamengo desde que Cuéllar rumou ao futebol árabe. Diante do Peixe, Gerson foi o segundo maior desarmador do Fla, com três roubadas de bola, atrás somente de Filipe Luís, que teve quatro. O jovem, porém, nem sempre atuou dessa maneira.
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O carioca de Belford Roxo despontou no Fluminense como um meia-atacante e, assim, chamou a atenção de Alexandre Gallo, que trabalhou nas seleções de base do Brasil por dois anos, a partir de 2013. Aos 18, o prodígio foi incluído pelo técnico na lista da Seleção Brasileira Sub-20 para o Sul-americano da categoria, em 2015. Foi quando, sob o comando do treinador, o atleta foi recuado no meio-campo pela primeira vez.
- Foi pelas características dele. Para ele atuar de meia, hoje, ele fatalmente enfrentaria volantes com muita força e muita velocidade. E ele não tem uma mobilidade tão grande para jogar como um meia, de costas (para a marcação). Então, quando eu colocava o jogo à frente dele, saia coisa boa. Além de ele ter o gol no ‘DNA’. Assim, ele passa a ser um segundo ou terceiro homem de meio-campo na construção, mas que também chega para finalizar - explicou Gallo.
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Jogando assim, Gerson acabou com um dos destaques da equipe verde e amarela na competição. Respaldado pelo bom desempenho, ele atraiu interesse de clubes da Itália, chegou a ser comparado ao francês Paul Pogba, até mesmo por Gallo (em declaração ao Sportv, em 2015) e passou a receber chances pelo Fluminense.
Pelo rival do Fla, ele somou 63 jogos em um ano e meio. O desempenho como volante pelo Brasil sub-20, porém, foi deixado de lado pelos técnicos do Tricolor no período, que o escalaram majoritariamente pelos lados do campo.
Transferido para Roma em julho de 2016, Gerson não decolou pela equipe da capital italiana, e foi emprestado à Fiorentina em julho de 2018, onde voltou a ser utilizado numa região mais "baixa" do centro do campo. Bem na posição que Alexandre Gallo enxergou para o meio-campista anos antes.
- Não quero levar esse mérito, o mérito é todo dele. É um grande jogador, melhorou muito a questão da 'cabeça', que incomodava muita gente no Fluminense na época. É um grande jogador, evoluiu, cresceu… Tenho certeza que o Flamengo fez uma baita contratação, porque tecnicamente o Gerson é um cara diferente - garantiu.
‘GABIGOL É UM DOS JOGADORES QUE MAIS EVOLUIU NO MUNDO’
Quem também estava no elenco do Brasil no Sul-Americano de 2015 é Gabriel Barbosa, o Gabigol. Trajando a camisa 7, o atacante não teve um desempenho de muito destaque no torneio, terminando com apenas um gol em sete jogos. Quatro anos depois, balançar a rede não é mais problema para o jogador de 23 anos, artilheiro do Brasileirão com 16 tentos em 19 duelos. Números que fazem Gallo se render.
- Acho que de toda aquela geração 95/96, ele foi o atleta que mais evoluiu. Não esperava que ele fosse jogar no nível em que está hoje. Comigo, atuou também pelo lado, mas na maioria das vezes, por dentro. Na verdade, não teve grandes momentos comigo. Mas nesses últimos três anos, foi o jogador da geração, diria até no mundo, que mais evoluiu de todos. Ele está muito concentrado, mudou a perspectiva de só finalizar, apesar de ser um grande finalizador - disse o treinador sobre Gabriel, que ganhou comparações ao artilheiro do Brasileirão de 1999:
- Um jogador inteligente, que se posiciona muito para um toque só na bola, me lembra muito o Guilherme, que jogou comigo no Atlético-MG. Esse tipo de jogador é mais inteligente que os outros porque se posiciona para um único lance, é um diferencial. Então essa evolução dele me chamou muita atenção, acho que foi o cara que mais cresceu dessa geração 95/96, e me surpreendeu, não esperava tanto.
Guilherme de Cássio Alves, que ainda atuou por São Paulo, Grêmio, Vasco e se aposentou pelo Botafogo, em 2005, marcou 23 gols no vice-campeonato brasileiro do Atlético-MG em 99, ano em que o Corinthians foi o campeão.
Artilharia é um ponto em comum entre os dois. Gabriel foi o melhor marcador no ano passado, pelo Santos, com 18 gols, e se repetir o feito nesta temporada, se tornará o primeiro artilheiro em duas edições seguidas desde Túlio, goleador em 1994 e 95, pelo Botafogo.
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