Dirigente sobre aumento das dívidas do Flamengo: ‘Terminamos o 1º semestre com uma performance financeira melhor do que a orçada’
Cláudio Pracownik, membro da atual direção, e Wallim Vasconcellos, ex-VP de Finanças, se manifestaram e procuraram esclarecer a atual situação financeira do Rubro-Negro
Presidente da Comissão de Finanças do Conselho Deliberativo do Flamengo, Cláudio Pracownik deu seu parecer sobre o balancete do primeiro semestre divulgado pelo clube no último mês - no qual foi externado o prejuízo de R$ 26 milhões no período além da informação de que a dívida teve um aumento de R$ 163 milhões de dezembro de 2019 a junho de 2020, alcançando os R$ 703 milhões, conforme publicado pelo Blog do Rodrigo Capelo, no "Globoesporte".
Sem "minimizar os efeitos" da crise causada pelo coronavírus, o dirigente - que já ocupou as VPs de Finança e Administração - reforçou que o clube terminou o primeiro semestre "com performance financeira melhor do que aquela orçada".
Confira a publicação de Cláudio Pracownik, presidente da comissão de finanças do Conselho de Deliberativo do Flamengo, feita nesta terça-feira:
"A razão entre a dívida liquida total e o resultado operacional dos últimos 12 meses é absolutamente saudável e o ativo intangível (jogadores) + Imobilizado representam 1,5x da citada dívida.
Não quero, em hipótese alguma, minimizar os graves efeitos que a crise global impôs também ao CRF. Ainda temos pela frente um ano imprevisível e desafiador, aonde novas receitas terão que ser geradas e o Fluxo de Caixa gerido à unha. Termino dizendo que apesar de tudo, terminamos o primeiro semestre com uma performance financeira melhor do que aquela orçada e que temos a sorte de ter a frente do Clube pessoas extremamente sérias e competentes para atravessar esse momento de exceção que estamos vivendo!"
Wallim Vasconcellos, ex-vice-presidente de finanças, também fez uma análise do quadro financeiro do clube nesta semana. Confira o posicionamento abaixo.
"Aqueles preocupados com o endividamento do Flamengo, situação continua sob controle, de acordo com o balancete de junho 2020. Sem contar as operações do dia a dia, endividamento mesmo concentra-se no Profut, compra de atletas e empréstimos, total de cerca de 588 milhões somados.
Aumento de 153 milhões comparado com 31/12/19, sendo 133 milhões com atletas e 20 milhões de empréstimo. Por outro lado, aumento do ativo de 74 milhões, por venda de atletas + caixa. Ou seja, aumento líquido da dívida de 79 milhões.
Alguns comentários: parte da dívida com atletas a ser paga em 2021 em diante, quando se espera uma recuperação da receita; apartamentos do morro da viúva, no valor estimado de 134 milhões, ficarão prontos para venda no máximo no final de 2021, podendo ser vendidos inacabados ou emitir títulos lastreados na venda 54% do caixa em moeda estrangeira e mais recursos do Reinier para hedge no pagamento das dívidas em euros; caso necessário (que eu não acredito), dispõe de um elenco super qualificado e poderia se desfazer de algum dos atletas.
Finalmente, os responsáveis (literalmente) área financeira do clube são pessoas experientes e compromissadas com o orçamento e a boa gestão financeira. Espero que tenha ajudado a esclarecer a situação financeira do Flamengo."