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É hoje! Fla confia que ‘STF fará justiça’ no julgamento do título de 87

Rubro-Negro entende que merece ser considerado campeão, assim como o Sport

Flamengo 1987
imagem cameraFlamengo 1987 (Foto: Celso Meira)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 17/04/2017
19:14
Atualizado em 18/04/2017
07:00

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O Flamengo está otimista no julgamento do caso do Campeonato Brasileiro de 1987. Nesta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar o recurso do Rubro-Negro, que exige ser reconhecido campeão nacional daquele ano na companhia do Sport. Por enquanto, a Justiça considera apenas o clube pernambucano como vencedor daquela edição.

- O Flamengo está confiante que a vitória nos campos também será traduzida em vitória jurídica. Confia que o STF fará justiça - comentou Bernardo Accioly, diretor jurídico do Flamengo.

Em 2014, o Sport foi declarado campeão nacional pelo STF. Na época, o ministro Marco Aurélio Mello rejeitou a queixa dos cariocas. O mesmo magistrado é o relator deste processo. Os ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Alexandre de Moraes ainda não votaram. O Flamengo será representado pelo advogado Rodrigo Fux.

ENTENDA O CASO

A CBF EM CRISE E A CRIAÇÃO DA COPA UNIÃO

O impasse que saiu das quatro linhas e chegou à esfera jurídica começou a se desenhar em 1986. Sem condições financeiras e lidando com uma crise administrativa, evidenciada pelas confusões do inchado Brasileirão do ano anterior, a CBF (à época, presidida por Octávio Pinto Guimarães, tendo como vice Nabi Abi Chedid) sinalizou que não tinha condições de organizar o Campeonato Brasileiro de 1987.

Diante deste panorama, os clubes tomaram a dianteira e organizaram a própria competição nacional. Houve a criação do Clube dos 13 (tendo Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Grêmio, Internacional, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Bahia) e, com os convites a Coritiba, Santa Cruz e Goiás, a Copa União ganhou forma. Inicialmente, a competição teve o aval da CBF, e teria dois módulos (Verde e Amarelo), mas não foi aceito o cruzamento na fase final para definir o campeão da temporada.

SUBIU DE VALOR? NÃO PARA TODOS!

A competição mostrou-se rentável, especialmente pela transmissão exclusiva da Rede Globo e por a Coca-Cola decidir patrocinar boa parte dos clubes (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians, que já tinham vínculo com outros patrocínios, não tinham a marca estampada nas suas respectivas camisas). No entanto, a situação trouxe descontentamento a vários clubes.

Quem tomou a dianteira foram Guarani, vice-campeão brasileiro de 1986, América, semifinalista do Brasileirão do ano anterior, e Portuguesa, que teria vaga na elite, segundo regulamento antigo. Diante da pressão, Nabi Abi Chedid impôs novamente que houvesse o cruzamento dos Módulos Verde e Amarelo para decidir quem seria o campeão nacional.

A DISCÓRDIA COMEÇA A SURGIR... E VEM A REVIRAVOLTA!

À revelia dos demais integrantes do Clube dos 13, o dirigente Eurico Miranda acatou a decisão dos módulos após a Copa União. Dirigente do Flamengo e vice-presidente do C13 na época, Márcio Braga afirmou que regulamento "foi acrescido pela CBF" e só aceitaria o acordo após a realização de um Conselho Arbitral envolvendo os 32 clubes dos dois módulos.

Enquanto o Flamengo de Zico, Bebeto, Zinho e Renato Gaúcho superava o Internacional no Maracanã, com um triunfo por 1 a 0 e dava volta olímpica no Maracanã em 13 de dezembro de 1987 com ares de tetracampeão brasileiro, havia outra decisão. O rubro-negro Sport (também com um Zico) entrava em campo na luta por um título nacional na Ilha do Retiro medindo forças com o Guarani.

Pelo Módulo Amarelo, o Sport derrotou o Guarani por 3 a 0 no tempo normal. Houve uma prorrogação (os bugrinos venceram por 2 a 0 o primeiro jogo) e, devido ao empate, o jogo foi para os pênaltis.

Após um 11 a 11 nas cobranças iniciais, os dois finalistas decidiram interromper a partida, pois ambos estavam classificados para o cruzamento previsto pela CBF: o Bugre abdicou do título, e os dois clubes se cumprimentaram pela classificação.

UMA VOLTA OLÍMPICA, DOIS RUBRO-NEGROS DESCONTENTES

o início de 1988 trouxe os primeiros passos da queda de braço, com o Flamengo e Internacional se recusando a entrar em campo. Na Gávea, o clube fez um amistoso de entrega de faixas da Copa União, no qual venceu por 3 a 0 a seleção da Costa do Marfim.

No mesmo dia, o regulamento da CBF previa que o Rubro-Negro enfrentasse o Guarani no Brinco de Ouro da Princesa. Diante de 20 pessoas, o Bugre treinou cobranças de escanteios à espera da vitória no tempo normal.

Já o Sport, diante da ausência do Internacional, não quis saber de outra coisa que não comemorar. Diante de sua torcida na Ilha do Retiro, os jogadores deram a volta olímpica pelo título do Módulo Amarelo.

Em 30 de janeiro de 1988, Guarani e Sport empataram em 1 a 1 no tempo normal. No jogo de volta, em 6 de fevereiro, o Leão conseguiu a vitória por 1 a 0 com gol de Marco Antônio e sagrou-se campeão, segundo a CBF, do Brasileiro de 1987. Os dois clubes, a partir de julho, disputaram a Copa Libertadores.

No mesmo ano, o Sport entrou na Justiça para ser reconhecido como o campeão de 1987. E o caso já dura 30 anos...

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