O jogo entre Flamengo e Bahia foi um dos mais repletos de reviravoltas deste Campeonato Brasileiro. Sete gols, duas viradas, e vitória do Rubro-Negro no fim, mesmo atuando desde os 9 minutos do primeiro tempo com um jogador a menos.
Mas o futebol precisa ficar em segundo plano, mais uma vez, porque o volante Gerson, do Flamengo, acusou o colombiano Índio Ramírez de injúria racial após um desentendimento no gramado. "Isso eu nunca sofri, em toda a minha carreira profissional, e não aceito. E o Mano precisa respeitar", desabafou o jogador em entrevista ao canal Premiere, da Rede Globo.
Minutos após a partida, imagens mostraram Mano Menezes debochando do jogador e chamando e classificando a grave acusação como malandragem. O Bahia, um dos clubes brasileiros mais notáveis em campanhas sobre causas sociais, anunciou que está apurando o caso e não explicou se a saída do treinador teve ligação com o caso. Ramírez tem o direito à defesa, mas não se pode desqualificar a acusação de quem se diz vítima de algo tão grave, como Mano tentou fazer.
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A fala de Gerson ofereceu detalhes do ocorrido e o jogador ainda deixou claro que se pronunciou por ser a primeira vez que se vê envolvido numa situação assim em campo. E reiterou, em nota divulgada posteriormente, que não permitirá que o caso seja relativizado, como algo natural ao ambiente do futebol.
A obrigação dos clubes e da CBF é rigor máximo nas investigações e dar o peso devido ao caso. Não faltam exemplos de que o racismo continua presente no futebol mundial, como reflexo de sociedades onde a intolerância ainda persiste. O que acontece no gramado e nas arquibancadas não pode mais ser tratado como um universo à parte.
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