OPINIÃO: Flamengo faz vexame contra o Cuiabá e desempenho escancara falhas em instável time de Sampaoli
Rubro-Negro vira 'presa fácil' quando enfrenta equipes minimamente organizadas e disciplinadas
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Vexame. É difícil começar a descrever um Cuiabá 3 a 0 sobre o Flamengo de outra forma. A partida deste domingo (6), válida pelo Campeonato Brasileiro, foi muito além do que apenas uma atuação ruim ou um time displicente. Foi um compilado de fatores que apenas escancaram as falhas na equipe de Jorge Sampaoli.
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No Flamengo desde abril, Jorge Sampaoli ainda não foi capaz de fazer o time verdadeiramente dar liga, apesar dos resultados. É bem verdade que, estatisticamente falando, os números do trabalho são bons. A equipe segue viva no Brasileirão, mesmo vendo as chances de título diminuírem a cada tropeço esdrúxulo como o deste domingo (6), e também está na disputa das Copas do Brasil e Libertadores.
Mas ainda que o resultados pareçam dar frutos, o que se vê em campo vai na contramão dos números. Isso porque, em quatro meses de trabalho, o Flamengo é um time sem padrão, e poucas foram as atuações verdadeiramente boas de um time tecnicamente tão bom. Mas, afinal, o que justifica o cenário? Esse é o grande 'x' da questão, que não vai ser das mais fáceis de resolver.
O trabalho em si é fraco. Apesar de ter na registrado 17 vitórias em 29 jogos, poucas as vezes o Flamengo apresentou atuações convincentes. Tão poucas essas, inclusive, que se pode enumerar: Grêmio (Copa do Brasil), Fluminense, Internacional, Athletico-PR e Palmeiras. As outras? Resultado. Acaso. Sorte. Decisão.
Na maioria dos resultados, o Flamengo teve mais sorte do que juízo. O problema é que no mundo do futebol a 'bola pune', e assim como na vida, não se pode viver contanto com a sorte. Até quando um elenco milionário será refém do poderio de decisão de jogadores geniais para continuar a saga por conquistas? Até quando o revezamento entre titulares-reservas será capaz de desmontar qualquer mínima ideia de jogo e deixar o Fla uma presa fácil para qualquer adversário que seja minimamente organizado.
O Flamengo vende e contrata, consegue oxigenar o elenco, mas não é suficiente. Bastam poucas mudanças de peças para o Rubro-Negro cair no velho conto do 'jogadores priorizam competições'. Balela. Não há como se priorizar campeonato quando não se há esquema e condições bem definidas. Não há padrão. E colocar em xeque o desejo de conquistas de um plantel multicampeão dos últimos anos por um trabalho nitidamente fraco, que se mostra incapaz de extrair o melhor que os atletas têm a oferecer, não me parece o mais sensato.
Este texto está longe de 'passar pano' para os jogadores, visto que em dados momentos realmente falta um algo a mais. Aquele sangue nos olhos de fazer o lema histórico do Flamengo 'se não der na técnica, vai na raça'. Mas, convenhamos, que se esse fosse o maior dos problemas, a soberba já teria tomado conta dos quatro cantos desse mundo. Hoje, o cenário vai na contramão, e a conhecida confiança rubro-negra dá lugar ao questionamento: 'ainda é possível ganhar algo esse ano?'.
Possível é. Até porque, como citado, Sorte, acaso e poder de decisão vêm caminhado ao lado do Flamengo quando é assunto é mata-mata. Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique e Everton Ribeiro, por exemplo, seguem desequilibrando a favor do Rubro-Negro, que tem uma nova decisão pela frente. E contra o Olimpia, pela Libertadores, vai ser a hora de, mais uma vez na temporada, assim como em quase todos os outros jogos, o individual superar o coletivo em busca de uma classificação.
E enquanto o individual decide, fica a dúvida: o que precisa efetivamente mudar para que o Flamengo resgate o bom futebol e a veia sedenta por títulos? Confesso que não sei a resposta, mas a cúpula de futebol do Rubro-Negro precisa ligar o alerta, obter o diagnóstico e buscar a cura, antes que seja tarde.
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