Fla e Diego Alves agem e se protegem pensando em possível disputa judicial
Após indisciplina, discussão com a comissão técnica e punição ao goleiro, clube e o jogador tomam medidas apoiadas em conselhos jurídicos caso o episódio termine na Justiça
A recusa do camisa 1 em viajar com o elenco ao saber que seria mantido como reserva de César, as punições impostas pelo clube e a discussão do goleiro com Dorival Júnior são assuntos tratados internamente na Gávea, tanto pela direção do Flamengo, quando por Diego Alves. O silêncio, no entanto, não implica que as partes envolvidas estejam de braços cruzados aguardando um desfecho.
As recentes ações e medidas tomadas pela diretoria do Flamengo e pelo goleiro de 33 anos estão apoiadas em conselhos jurídicos ouvidos pelas duas partes. A intenção de ambos é de estarem precavidos caso o desfecho seja nos tribunais.
Enquanto o elenco treinava no Ninho, Diego Alves deu sequência ao tratamento em sua casa. O camisa 1 esteve no CT pela manhã #lanceFLA pic.twitter.com/2rZXA6YAd8
— Matheus Dantas (@matheusdantasfr) 6 de novembro de 2018
Desde que sofreu lesão no joelho direito, no dia 30 de outubro, Diego Alves passou a utilizar as redes sociais para registrar o seu tratamento, tanto no Ninho do Urubu quanto fora do Centro de Treinamento. O goleiro tem ido ao CT em horário diferente do resto do elenco profissional, mas o afastamento não foi anunciado e nem é confirmado pelo departamento de futebol do Fla.
Um entendimento sobre os registros nas redes sociais é de que o goleiro está "coletando provas" de que, de fato, foi afastado pela direção e use isso a seu favor caso leve o caso para a Justiça, pedindo a rescisão contratual unilateral e ressarcimento por danos morais, uma vez que várias decisões foram tomadas neste sentido no Brasil nos últimos anos, entendendo-se que o afastamento dos atletas e conduta dos clubes implica em desvalorização do profissional.
Diego Alves também "reforçou" a troca de mensagens com a comissão técnica no dia a dia sobre o tratamento e suas obrigações. O entendimento do goleiro é de que ele não teve um ato de indisciplina e ou descumpriu suas obrigações.
Por outro lado, a diretoria adotou o silêncio e o discurso de que o assunto só será tratado internamente, o qual foi adotado pela comissão técnica e elenco. Todas as ações tomadas pelo departamento de futebol sobre o caso foram avalizadas pelo departamento jurídico do clube até o momento. Desde a multa aplicada ao atleta até a determinação dos horários que o mesmo comparecerá no CT.
O Flamengo entende que não há afastamento do jogador do grupo, visto que o mesmo teve lesão constatada, realiza treinamento no CT e tem recebido todo o amparo do departamento médico para a sua recuperação. Assim, não há brecha judicial para que Diego Alves consiga a rescisão contratual unilateral.
Apesar de velada, a ausência do goleiro no Ninho junto com os demais atletas e, principalmente, Dorival Júnior ameniza o ambiente e ajuda a manter o foco somente na disputa do título do Brasileirão, principal preocupação da direção.
O clima entre a atual diretoria/comissão técnica e Diego Alves parece ser insustentável, o que impossibilitaria o goleiro de cumprir seu vínculo com o Flamengo até dezembro de 2020, mas o pleito presidencial a ser realizado no dia 8 de dezembro torna o futuro do camisa 1 na Gávea ainda mais incerto.