‘Festa na favela’ vira polêmica no Fla; uso em caso de título foi cogitado
Utilizado por torcedores rubro-negros, termo não vem aparecendo nas redes sociais do clube após determinação. Marcelo Gorodicth fala a repercussão ao LANCE! e nega veto
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Um termo bastante utilizado pelos torcedores do Flamengo nas arquibancadas dos jogos da equipe, e também nas redes sociais, "festa na favela" não vem sendo utilizado este ano pelo clube. Isto acontece devido a um não-uso em consenso entre membros do marketing do Rubro-Negro e da empresa "X-Tudo Comunicação" para uso nos perfis oficiais do clube da Gávea. A informação foi publicada inicialmente pelo "Extra" e confirmada pelo LANCE!.
Esta polêmica criou atritos nos bastidores do Flamengo. Internamente, foi feita uma avaliação de que este termo poderia provocar associação com "violência" no Rio de Janeiro. Conselheiros e sócios ouvidos pelo LANCE! afirmaram que este mal-estar, ainda mais na véspera da final do Campeonato Carioca diante do Vasco, poderia ter sido evitado diante de uma determinação, segundo eles, "inaceitável", predominando os membros ligados às partes.
O LANCE! apurou também que Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, não foi consultado sobre este episódio, determinado por profissionais que são subordinados a ele. A expectativa é que o termo volte a ser utilizado pelo clube brevemente. Além disso, o uso do termo em caso de título do Estadual foi cogitado, mas será estudado após a repercussão entre o clube e a empresa.
Ao longo deste sábado, a hashtag "#FestanaFavela" figurou entre os assuntos mais comentados no mundo no Twitter. A reportagem procurou Marcelo Gorodicth, criador e sócio da X-Tudo, que garantiu não ter tido veto.
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- Não disse que existe veto de maneira nenhuma, apenas usamos quando achamos que se deve usar. Amanhã (domingo), por exemplo, seria um ótimo momento se fosse campeão. Mesmo na gestão passada, não se usava desde agosto, eles não sentiram necessidade técnica de usar. Ninguém é contra essa expressão. Basicamente é isso - declarou, após comentar sobre a repercussão dentro da empresa:
- Do meu lado, Marcelo, foi recebido (essa repercussão) com muita tristeza. Era o sonho da minha vida trabalhar para o Flamengo. Vou a todos os jogos, de futebol, de basquete, tenho 39 anos de publicidade. Sempre sonhei em servir ao meu clube de coração. É triste estar a quatro meses fazendo um trabalho que está dando muito resultado - os resultados são bons, a Fla TV está bombando, tudo cresceu - e, por conta de uma coisa totalmente descabida, acontecer um tsunami assim.
> Confira a seguir a nota oficial do Flamengo sobre o assunto:
"Há quanto tempo não se lia a palavra favela nos jornais do Grupo O Globo?
Certamente há muito tempo.
Não somente nos jornais do referido grupo, como também na grande maioria dos veículos de comunicação e nos comunicados de empresas/instituições.
Já tem tempo que favela não é mais uma palavra utilizada na comunicação institucional.
Estranhamente, neste sábado, o jornal Extra faz uma matéria sobre o Flamengo com a expressão “festa na favela” sendo apresentada num contexto parcial e tendencioso, numa clara tentativa de se criar um possível constrangimento com a torcida um dia antes da decisão do Campeonato Carioca.
Coincidentemente a mesma tentativa que foi feita pouco tempo antes da decisão da Taça Rio, quando se deu um enorme destaque à “demissão de um psicólogo“.
O porquê disto? Só o veículo para responder.
A matéria, ao pegar parte de uma conversa de profissionais do clube - que deveria ser restrita a eles - tenta passar a ideia que “existe um veto“ na utilização da expressão “festa na favela”. Não é verdade.
O fato é que um canto alegre e contagiante da torcida não necessariamente precisa ser a melhor maneira para a comunicação da Instituição.
Não usá-la regularmente na comunicação Institucional não significa nenhum veto ao termo ou desvalorização de uma tradição da torcida.
Esta é a verdade. Nada mais que isto.
Na realidade mais que palavras ou promessas, o Flamengo de hoje se mostra cada vez mais forte, inclusivo, praticando preços altamente populares, trazendo o seu torcedor de volta ao Maracanã e tendo, disparado, os maiores públicos do futebol brasileiro neste ano.
Para a tristeza daqueles que apostaram no contrário"
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