Com saída de Luciano, encaixe de Nenê e Ganso pode ser facilitado
Novo meia tricolor foi escalado compondo o lado direito do ataque em sua estreia no clássico contra o Vasco. Movimentação é semelhante ao de camisa 10, mas mais na defesa
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A estreia de Nenê com a camisa do Fluminense não será tão recordada. Além da atuação para lá de comum, ainda viu a derrota por 2 a 1 para seu ex-time. Ademais, a recepção em São Januário foi de certa forma até hostil. Xingado antes, durante e depois, o novo camisa 77 tricolor foi vaiado a todo momento que tocava na bola. Com a expulsão de Digão no início do substituído, o meia foi sacrificado e deixou o campo de jogo para a entrada de Frazan aos 12 minutos da etapa final.
Os 57 minutos de Nenê foram marcados mais pela vontade do que pela técnica que lhe é peculiar. Ele não criou nenhuma grande ocasião para os atacantes, mas mostrou firmeza ajudando Gilberto no combate a Marrony e Henrique. Por mais de uma vez também foi auxiliar Caio Henrique e desarmar Yan Sasse e até mesmo Yago Pikachu.
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Desde que Nenê foi contratado, a pergunta que a torcida tem feito é sobre "como encaixá-lo ao lado de Ganso?". No sábado, uma parte dela foi respondida. O mapa de calor do clássico evidencia que Nenê ganhou liberdade de movimentação de Fernando Diniz, que tentou emular no veterano o que Luciano vinha fazendo até então. Posicionalmente, atuou aberto pelo lado direito do ataque, como uma espécie de "falso ponta". Depois dos 25 minutos do primeiro tempo, foi deslocado para o centro, mas também caindo pela esquerda, com Daniel fazendo a ponta contrária. Quando o Flu saía jogando, o paulista recuava para fazer a transição da defesa para o ataque.
O Fluminense em 2019 atua num 4-3-3. Ou seja, um volante, dois meias e três atacantes. Ganso costuma jogar à frente do primeiro volante (Allan). Quando olhamos para o seu mapa de calor no empate contra o Ceará por 1 a 1 e comparamos com o de Nenê, vemos um problema: defensivamente, ambos têm movimentação parecidas. Isso acontece porque a saída de bola é sempre feita com os jogadores mais "técnicos" do time titular. Até por isso, não foi raro ver Luciano receber do goleiro. Em uma curta faixa do campo, costumam estar, juntos, Caio Henrique, Allan, Ganso e Daniel. Agora, certamente também terá Nenê.
No ataque é onde os dois não devem bater cabeça. No confronto supracitado contra o Ceará, como o ponta direita foi Yoni González, as idas de Ganso às zonas mais próximas da área adversária foram pontuais. Aliás, Nenê (e Daniel também) poderá desafogar mais o camisa 10 de distribuir a pelota. Nada que uma possível inserção de Wellington Nem (esse sim um ponta direita mais autêntico) possa prejudicar na engrenagem tricolor.
Ainda não será nesta terça-feira, contra o Peñarol, em Montevidéu, às 21h30, que a cerebral dupla irá atuar oficialmente, visto que Nenê não está inscrito na terceira fase da Copa Sul-Americana. Por contrato, Nenê também não vai poder enfrentar o São Paulo. Portanto os torcedores verão as primeiras pinceladas dos dois apenas na partida contra o Internacional, no dia 3 de agosto, no Maracanã, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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