Insistência em Jr. Dutra e Everaldo no banco: fatores da demissão no Flu
Sentimento interno é de que treinador Marcelo Oliveira poderia ter sido demitido antes; tensão política só aumenta nos últimos dias da temporada
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Se o momento do Fluminense dentro de campo é de declínio e preocupação com a chance de queda para a Série B do ano que vem, o cenário nos bastidores é ainda mais caótico e conturbado. Insatisfação com Marcelo Oliveira, tentativas para quitar salários, instabilidade política e protestos constantes da torcida marcam a reta final da temporada do Tricolor.
Com os maus resultados, o treinador não resistiu e foi demitido na manhã de quinta-feira. O cenário é parecido com 2013, ano em que o Flu se salvou do rebaixamento por punição à Portuguesa por erro na escalação. Naquele momento, Luxemburgo estava em declínio, mas Peter Siemsen preferiu mantê-lo, o demitindo quando a situação já era quase irreversível.
A sensação para muitos internamente é de que, assim como com a gestão anterior poderia ter feito, Abad deveria ter tirado Marcelo há mais tempo. Pessoas de dentro do clube afirmam que o treinador já havia perdido o vestiário e criou um clima ruim com os jogadores e a diretoria por suas decisões.
O elenco não gostou de ver Marcelo Oliveira dar poucas oportunidades para atletas da base, como Daniel e Matheus Alessandro, além da insistência em Júnior Dutra, que não rendeu bem em nenhuma partida que participou. O camisa 11 também era motivo de questionamento interno, que incluía ainda a promoção de Cabezas como alguém que quase nunca ia para o banco para titular.
O estopim para a demissão do técnico foi a decisão por deixar Everaldo no banco na Sul-Americana. O atacante é um jogador querido por todos e visto como um dos que mais estava rendendo no time.
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Tensão fora de campo
Na última quinta-feira, o Conselho Deliberativo do Flu se reuniu para discutir o planejamento do futebol para 2019. Alguns torcedores protestaram do lado de fora pedindo a renúncia do presidente Pedro Abad, que não compareceu às Laranjeiras, assim como a Flusócio e os Esportes Olímpicos, seus grupos de apoio. A situação vê o movimento como incentivado pela oposição, criticando o fato de haver inclusive um carro de som.
Além disso, o grupo citado afirma que a data marcada para a reunião foi de forma proposital, já que o Fluminense foi eliminado da Sul-Americana pelo Atlético-PR no dia anterior. A diretoria atual trabalha para quitar as pendências com o elenco até o final do ano e, antes da semifinal da Sul-Americana, finalizou a dívida da CLT, restando quatro meses de direitos de imagem.
A oposição entendeu que o momento não era o melhor para se planejar o próximo ano, principalmente considerado que o Flu ainda não sabe se jogará na primeira ou na segunda divisão. Sobre o processo de impeachment ou uma renúncia, o grupo ainda vê a saída do atual mandatário como muito difícil.
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