Neste sábado o Estádio das Laranjeiras, um dos maiores orgulhos da torcida tricolor, completa 100 anos. Por conta de sua relevância para o futebol brasileiro, o LANCE! fez durante toda a semana a série "Laranjeiras 100 anos", reunindo diversas histórias, fatos e curiosidades, que serviram para homenagear e reconhecer toda a importância do estádio para o esporte e também para a sociedade, afinal de contas, como dizia o escritor Nelson Rodrigues: “nas Laranjeiras não se dá um passo sem pisar em uma glória".
No último capítulo vamos relembrar alguns fatos marcantes das Laranjeiras, traçando uma linha do tempo até os dias atuais. Antes de ser a famosa Laranjeiras, berço da Seleção Brasileira, o local era chamado de Campo da Rua Guanabara. Em 1905, Eduardo Guinle, por conta própria, erguiu o primeiro tijolo da arquibancada, a primeira de campos de futebol do Rio de Janeiro. Alguns anos depois, o então presidente Cunha Freire, expandiu e modernizou o estádio, aumentando as arquibancadas e construindo as "gerais".
A Laranjeiras foi oficialmente inaugurada há exatos 100 anos, já sob propriedade do Fluminense. O estádio foi o primeiro construído para grandes eventos no Brasil, tanto que sediou o Sul-Americano do mesmo ano. Na abertura da competição o Brasil goleou o Chile pelo placar de 6 a 0 para um público de 18 mil espectadores e acabou sendo campeão da competição.
Em 1922, as Laranjeiras foi escolhida para sediar dois grandes eventos: o Centenário da Independência do Brasil e os Jogos Olímpicos Latino-Americanos (atuais Jogos Pan-Americanos). Com isso precisou ser reformada, passando a receber um público de 25 mil torcedores.
Por falar em torcedores, a expressão para se referir aos que vibram pelos clubes, também nasceu nas Laranjeiras. O escritor e cronista Coelho Netto, um Tricolor apaixonado, reparou que as moças que iam ao estádio assistir ao Fluminense, tinham o hábito de torcer os lenços, em sinal de nervosismo. Com isso, em uma de suas crônicas, as chamou de "torcedoras", termo que foi estendido para todos os amantes de esportes no Brasil.
Por toda a sua importância, tanto histórica como arquitetônica, o Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural decretou em 1988 o tombamento das Laranjeiras. Em 2004 ganhou um novo nome que dura até hoje, porém sem pegar no vocabulário da maioria. Virou Estádio Manuel Schwartz, homenagem ao vitorioso presidente do Fluminense da década de 80.
Atualmente, devido ao crescimento do bairro das Laranjeiras, a capacidade do estádio diminuiu para 4,3 mil torcedores. Até bem pouco tempo o elenco profissional do Fluminense realizava as suas atividades no local, sob os olhares atentos dos sócios do clube. No entanto, em junho de 2016, com a construção do CT Pedro Antônio, isso acabou.
A última vez que o tricolor torceu para o Fluminense na sua antiga casa aconteceu em 26 de fevereiro de 2003. Na ocasião o time empatou com o Americano por 3 a 3, partida válida pelo Campeonato Carioca. Foram 839 jogos em Laranjeiras, com 538 vitórias, 153 empates e 150 derrotas.
A importância das Laranjeiras não se restringe apenas ao Fluminense e à Seleção Brasileira. Flamengo, Vasco e Botafogo também precisam exaltar a casa do rival carioca. Laranjeiras por exemplo é o segundo estádio que o Rubro-Negro mais jogou em sua história, disputando 269 partidas. Em 1926 o Cruzmaltino disputou a sua primeira partida internacional ao empatar com o Universal, do Uruguai, por 1 a 1. Já o Botafogo, em 1930, conquistou o seu quarto título carioca, na casa Tricolor.