Lucca comenta troca de comando do Fluminense, artilharia no Brasileiro e críticas nas redes sociais
Atacante afirma que está feliz em poder ajudar o time, tem gratidão pela confiança de Marcão e valoriza a relação de amizade com companheiros e comissão técnica
Nesta quarta-feira, Lucca concedeu entrevista coletiva no CT Carlos Castilho. Artilheiro do Fluminense no Brasileirão e autor de um dos gols da partida contra o Bahia, o atacante comentou sobre a troca de comando da equipe, a oportunidade de fazer mais atuações e o momento que vive em sua carreira.
O jogador também contou a sua reação ao elogio de Fred, que o comparou com Gum, ídolo do Tricolor. Ele afirma que espera ser tão querido pelo clube quanto o zagueiro.
- Fiquei muito feliz e minha família também. Meu pai, que é um admirador do Fred, ficou muito orgulhoso e isso é sensacional para mim. Quero ser querido um pouquinho, pelo menos uns 30% do que o Gum é aqui, ele é um cara muito respeitado. Eu estou seguindo meu caminho pensando sempre em coisas boas e positivas - disse.
Com a volta de Marcão à chefia do elenco, Lucca ganhou mais tempo de jogo. Agora titular, o atleta ressalta a importância de Roger para a campanha e diz estar pronto para auxiliar o time.
- O modo de treinamento é diferente. São pessoas que pensam um pouco diferente, e a gente procura se encaixar. O Roger fez um grande trabalho aqui, mas infelizmente saímos de uma competição muito importante, que todo mundo queria. O momento que a gente vivia no Brasileiro também acabou acarretando a saída [do Roger], mas sem dúvida nenhuma é um trabalho que tem que ser enaltecido. Não é fácil você chegar nas quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, nós conseguimos e ainda estamos vivos na Copa do Brasil. O Marcão tem ideias diferentes, que nós tentamos pegar o mais rápido possível. Eu estou fazendo o meu trabalho, sempre estive pronto quando o Roger comandava, sempre à disposição e querendo fazer o melhor. Agora estou aí, firme e forte para qualquer momento, seja o tempo que for, jogando ou na suplência. Não tenho vaidade, mas todo jogador quer fazer o maior números de minutos possível. O Marcão é um cara que gosta de mim, independente de qualquer coisa, sempre conversou muito comigo e a gente está procurando fazer o nosso trabalho da melhor forma possível.
Ainda sobre a vaga na equipe principal, destacou que a confiança de Marcão na sua capacidade o motiva a dar o seu melhor em campo. Além disso, ele demonstra ter uma relação de companheirismo com o técnico, independente da posição que ocupe no Fluminense.
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- Eu sou muito grato por ele estar me dando a oportunidade e confiar no meu trabalho. Ele sempre deixou isso claro para mim e isso é muito bom, deixa a gente cada vez mais motivado para entrar em campo e poder ajudar. Na questão tática, ele me conhece bem, sabe das minhas características. Sou um cara que sempre disputa com muita força, quero ajudar a equipe taticamente, é uma coisa minha. Também fico feliz com a felicidade dos companheiros, procuro deixar eles bem posicionados, ou ajudar alguém que não conseguiu acompanhar a jogada… De vez em quando a gente faz uns golzinhos para ajudar e estou sempre à disposição. O Marcão tem o meu respeito, independente de qualquer coisa é um amigo que estou fazendo dentro do futebol - afirmou.
Querido pela comissão técnica e pelos companheiros, Lucca valorizou o clima de amizade dentro do clube. Segundo o atleta, a harmonia do grupo é algo raro no mundo do futebol.
- É muito legal, o futebol é muito dinâmico. Você fica num clube por alguns meses, talvez por alguns anos, mas a amizade de chegar no clube e poder conversar, ter essa relação, é difícil de acontecer. Às vezes você passa um ano, chega para treinar, vai para os jogos e fica por isso mesmo. E essa relação de amizade é legal, a gente sente que as pessoas que estão aqui no dia a dia, às vezes não aparecem nas câmeras mas são importantes pra gente. Eu sou muito grato. Nem sempre é só alegria, porque isso é muito fácil, no momento bom chegar e dar um tapinha nas suas costas. Mas nos momentos difíceis ver que as pessoas estão do seu lado, conversando, é raro. Como eu disse anteriormente, no futebol às vezes tem a vaidade, que é normal do super humano, e não existem muitos amigos. Você passa por um clube e depois de um mês, esquece tudo. Tenho certeza de que no dia que eu sair, não sei daqui quanto tempo, eu vou levar pessoas comigo que vão estar no meu coração. É muito importante ter pessoas levando energia positiva para você.
Após a chegada de Roger Machado no Fluminense, Lucca perdeu gradualmente espaço. Entretanto, ele não vê o fato com ressentimentos e afirma que o mais importante é a vitória do time e que deseja ajudar nesse objetivo.
- Não é fácil. Vir de um Brasileiro do ano passado, fazendo bons jogos e ajudando a equipe a chegar numa competição que todos esperavam. Eu estava sempre jogando, aí veio a mudança, com pensamentos um pouco diferentes. Eu sempre procurei respeitar, graças a Deus o professor Roger não tem nenhum motivo para falar mal de mim, e nem eu para falar dele. É um cara muito gente boa, mas acabou que não conseguimos o objetivo principal do clube. Não foi fácil, acabei recebendo um pouco de porrada, mas procurei fazer o meu trabalho. Sei que estou vivendo um bom momento, e não vai durar para sempre, infelizmente. Mas o futebol é dinâmico e você tem que estar sujeito a fazer bons jogos. Em uma falha que você comete, às vezes acontece, você leva um pouquinho de porrada, mas é normal. Tem que saber procurar lidar com isso, mas te afirmo que não é fácil, principalmente com as redes sociais, com algumas pessoas falando besteira. [Estou buscando] Procurar, de alguma forma, se afastar um pouco e seguir trabalhando para melhorar. Sobre a artilharia, vamos seguir em frente, ainda temos muitos jogos pela frente. Sempre que eu puder ajudar, vou ficar muito feliz, mas o mais importante é a vitória do Fluminense.
Criticado pela torcida, o jogador aproveitou para falar sobre as mensagens que costuma receber nas redes sociais. Por isso, ele relata estar se distanciando do meio virtual para focar no seu psicológico para dar o seu melhor em campo.
- A questão das redes sociais é extremamente complicada. São coisas que não temos como controlar, infelizmente acontece. A família também acaba sofrendo, porque muitas vezes não tem contato com a gente e acaba recebendo mensagens chatas, isso todo mundo sabe. É difícil, porque as pessoas não sabem o que acontece aqui, no dia a dia. Em todos os jogos, tento fazer o meu melhor, mas não vou jogar sempre bem. Outros jogadores também oscilam, pelo cansaço e número de jogos, e tem dias que simplesmente não acontece. Você falar isso para o torcedor não adianta, às vezes até deixa ele mais furioso, então estou tentando me afastar um pouco mais. Admiro as pessoas que tomam um monte de pancada na rede social e vida que segue, mas estou procurando ficar com a cabeça tranquila e fazer o meu trabalho - disse.