Fluminense vê poucas vantagens em retorno dos treinos presenciais
Comissão técnica do Tricolor avaliou que ganhos com atividades no CT do clube com distanciamento entre atletas seria pequeno em relação aos exercícios feitos em casa
Voltar aos treinos presenciais durante a pandemia seria pouco vantajoso para os jogadores do Fluminense, segundo avaliação da comissão técnica tricolor. A afirmação foi feira pelo presidente Mário Bittencourt, na última segunda-feira, em uma live no Intragram. O mandatário explicou que o clube chegou a essa conclusão após uma série de reuniões entre profissionais de diferentes áreas.
– No Fluminense fizemos várias reuniões, minha com a comissão técnica, mas que engloba todo mundo: médico, psicólogo. E a posição que recebi deles foi a seguinte: se os atletas treinarem no CT de forma individual, sem bola, sem coletivo, vão ter ganho de 7% a 10% a mais do que teriam treinando em casa. Diante disso, acho que, sinceramente, no pico da pandemia, com o número de mortes elevado todos os dias, para mim é um contra senso ouvir da parte técnica esse ganho e tirar as pessoas de casa, para fazerem esse percurso de ir e voltar e possam carregar o vírus para lá e para cá – explicou Mário em conversa com o magistrado Marcos Dias, no perfil "papotrabalhista".
Fluminense e Botafogo foram os dois únicos clubes do Rio a se manifestarem de forma contrária ao retorno do futebol no estado. Os dois clubes não assinaram nota assinada pela Ferj e demais agremiações, na última sexta-feira, que recomendavam a retomada gradual do esporte, sob vigilância e com adoção de medidas de segurança.
Mesma avaliação no Sul
Mário Bittencourt comparou a situação do Tricolor com a do Grêmio, que retomou os treinos presenciais na última semana com autorização das autoridades de saúde locais. Segundo ele, o fator psicológico foi o que mais pesou na decisão do clube gaúcho, que teria feito a mesma avaliação de poucos benefícios físicos.
– Engraçado que o preparador físico do Grêmio deu entrevista que voltaria, mas o ganho dos treinos seria 5% a mais do que se estivesse em casa. Ou seja, até menos do que a gente avaliou. Entendo o posicionamento do Grêmio, eles têm a teoria de que saindo de casa os atletas arejam a cabeça, o acompanhamento psicológico é melhor. Mas acho que são visões distintas, não adversárias. A equipe do Fluminense, com a minha concordância, optou por enquanto em seguir treinando de casa.
O Fluminense suspendeu as atividades no clube em meados de março e deu férias coletivas aos jogadores em abril. Desde o início de maio, os jogadores retomaram os treinos físicos, conforme cartilha elaborada pela comissão técnica. O acompanhamento é remoto e o contato com os atletas é diário por meio de grupos de mensagens e chamadas de vídeo.