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Advogados de flamenguista preso por morte de palmeirense reafirmam que cliente não arremessou garrafa

Dupla ingressou no caso na terça-feira (11) e dizem que Leonardo Felipe Xavier Santiago não mudou sua versão

Gabriela Anielli - torcedora do Palmeiras atingida por estilhaço de vidro no arredores do Allianz Parque
Advogados alegam que suspeito não aparece nas imagens anexadas ao caso (Foto: Reprodução_

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Nesta quarta-feira (12), em coletiva de imprensa no Drade (Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva), os advogados de Leonardo Felipe Xavier Santiago voltaram a alegar a inocência de seu cliente e reafirmaram que, desde o início, o flamenguista preso suspeito da morte da palmeirense Gabriela Anelli negou ter arremessado a garrafa em direção aos torcedores adversários. Os responsáveis pela defesa do rapaz de 26 anos dizem que não houve alteração de versão e são contrários à mudança de delegacia responsável pelo caso.

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Renan Bohus e seu sócio Thiago Huber entraram no caso na terça-feira (11) e tiveram reuniões com César Saad, delegado responsável pelo caso, que sofreu críticas do Ministério Público de São Paulo pela forma como conduziu a prisão de Leonardo. Apesar de discordarem da interpretação de Saad, os advogados de defesa descartam a possibilidade de alguém ter mentido. Assim como negam que houve uma mudança de versão por parte do acusado.

- Nós tivemos agora uma reunião com o delegado, nós já vínhamos conversando com ele sobre o caso. Nós tínhamos um posicionamento diferente, discordamos completamente de que o delegado teria mentido. Em momento algum ele mente, isso a gente quer deixar bem claro. O que houve foi uma interpretação, ao nosso ver, equivocada, porque de fato o Leonardo confessa que teria arremessado, mas um gelo, porém tem testemunhas, que são torcedores do Palmeiras, que falam que teria arremessado uma garrafa de vidro. Então houve uma divergência na interpretação de como foi esse arremesso e qual objeto teria sido arremessado. Com o andamento das investigações nos últimos dias, chegaram diversas imagens das mídias sociais. Nessas imagens, é possível verificar outras questões - declarou Renan Bohus.

- Fato é que nenhuma das imagens mostra o Leonardo sequer com garrafa na mão, quanto mais arremessando uma garrafa. Não há nos autos, nem nos vídeos, imagem do Leonardo com uma garrafa na mão, nós voltamos a enfatizar isso. E essa versão, é importante dizer, foi apresentada pelo Leonardo desde o início, antes mesmo de a defesa entrar no caso. Nós nos habilitamos ontem no processo. Ele prestou depoimento sozinho quando foi preso em flagrante e desde o início ele nega veementemente a prática do crime, do arremesso. Ele disse que estava com pedras de gelo na mão e que essas pedras sequer chegaram a ultrapassar a barreira que separava os torcedores - afirmou Thiago Huber.

+ Ministério Público pede a liberdade de flamenguista preso por morte de torcedora do Palmeiras

Nesta quarta (12), o Ministério Público solicitou à Justiça a libertação de Leonardo baseado nas imagens recebidas pelo órgão, que indicam que outro torcedor, que não tem as características do preso, teria atirado a garrafa na direção dos palmeirenses. O outro suspeito teria barba e vestiria uma roupa cinza, diferentemente do homem detido, que não tem barba e vestia a camisa do Flamengo.

Assim, o promotor de Justiça Rogério Zagallo solicitou a revogação da prisão preventiva de Leonardo, bem como a realização de diligências que identifiquem o verdadeiro autor do delito, a busca por mais imagens de câmeras de segurança e a oitiva dos guardas-civis que estavam ao lado dos torcedores do Flamengo no momento do crime.

Diante do pedido do MP, juíza Marcela Raia de Sant'Anna, da 5ª Vara do Júri de São Paulo determinou a soltura de Leonardo na tarde desta quarta-feira (12), concordando com o argumento de que não é possível cravar a autoria do arremesso da garrafa por parte do suspeito. Ele está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros e deve ser liberado com alvará levado pelos advogados.

+ Família do acusado de matar Gabriela Anelli acredita na inocência do jovem: ‘As imagens falam por si só’

Além da soltura de Leonardo, o Ministério Público solicitou à Justiça que os autos relativos à morte da palmeirense durante confusão entre torcedores do Palmeiras e Flamengo devem ser encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para continuidade das investigações, algo que a juíza também acatou e tirou o Drade do caso. O advogado do suspeito, Renan Bohus, discorda do pedido.

- Eu discordo completamente da mudança de delegacia. No meu entender, se há uma delegacia especializada, o Dr. Saad é um delegado íntegro, que tem experiência nessa área, no entender da defesa as investigações devem permanecer no Drade e ir para o DHPP é um grande equívoco. O delegado conhece essa relação que envolve a violência no futebol, então a gente vai se manifestar no processo em cima disso, obviamente nós já havíamos nos manifestado ontem, vamos nos manifestar novamente hoje, acerca do relatório apresentado para o Ministério Público, nós vamos concordar de novo com a questão do pedido de liberdade dele, mas vamos pedir que o inquérito fique aqui (no Drade).

Confira outros trechos da entrevista dos advogados de Leonardo Felipe Xavier Santiago:

Complexidade do inquérito
O inquérito está muito complicado, ele é muito complexo, existem imagens, mas não são de boa qualidade, só existem testemunhas do lado do Palmeiras, não existem testemunhas do lado do Flamengo. Então o Dr. Saad desde o início estava muito preocupado em chegar ao responsável por esse arremesso, mas na visão dele poderia ter sido o Leonardo e nós estávamos falando que acreditamos que não é o Leonardo, porque até para nós, em conversa informal, ele falou que nunca arremessou garrafa de bebida.

Prisão precipitada?
Nós acreditamos que sim, embora nós entendamos os motivos da prisão. Havia um depoimento testemunhal de alguém que dizia ter reconhecido sem sombra de dúvidas o acusado, o Leonardo, como sendo o autor do arremesso da garrafa. Porém, esse depoimento não está amparado em qualquer uma das imagens e nós temos que ter em conta que no momento da confusão, ele (a testemunha) pode ter sido levado em erro, ou ter sido equivocado, ou apontado alguém no afã de que se fizesse justiça como em tantos casos já noticiados pela mídia.

Morte lamentada e desejo por justiça
A gente queria aproveitar a oportunidade para reiterar o que foi dito pela defesa em outras entrevistas. A defesa lamenta profundamente a morte da jovem, uma vida que se perde, uma menina com tantos sonhos e planos, isso nós lamentamos. Estamos do lado da justiça, da verdade. A partir do momento que identifiquem o responsável pelo arremesso, essa pessoa deve ser julgada, processada e punida. Porém, infelizmente, temos convicção que um inocente está detido indevidamente.

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