Ao L!, Luis Roberto fala da expectativa para mais uma Copa e projeta o ‘pós-Galvão’
Narrador da TV Globo comentou o processo de "criação" de bordões na narração e acredita em mais um no Qatar, onde estará na cobertura de seu 10º Mundial
O clima de Copa do Mundo já está começando a ficar no ar, até porque estamos a dois meses do início do torneio no Qatar. Nada melhor do que falar com um dos profissionais que estarão no Oriente Médio trazendo a emoção para os brasileiros: Luis Roberto, que conversou com o LANCE! sobre as expectativas para a cobertura, os possíveis bordões e o que será das narrações sem Galvão Bueno.
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Luis conversou com a reportagem durante a apresentação da TV Globo de sua cobertura na Copa do Mundo. Em seu 10º Mundial, seja no Brasil, seja in loco, o narrador falou da motivação que sente antes de transmitir algo dessa magnitude. Ele disse que "vai com tudo".
- A Copa do Mundo é o que a gente chama de altar de quem ama o esporte e jornalismo, então talvez esse período, que a Fifa não recue com esse negócio de Copa a cada dois anos, esse período faz com que a gente acalente toda uma expectativa para chegar naquele momento, a troca de sede, um lugar novo, clima diferente, estádios diferentes, jogadores diferentes. Então a motivação é enorme, é imensa, e à medida em que o tempo vai passando, parece que ela aumenta, você vai sempre com a expectativa de que pode ser a última, então "vou com tudo". É uma motivação que não dá para mensurar, é algo único - declarou o profissional da Globo.
Experiente no ofício e nacionalmente conhecido pela emoção que leva ao torcedor, Luis Roberto também tem ficado marcado pelos bordões, como "esses negros maravilhosos" na Copa de 2014 e o tradicional "sabe de quem?". Para o Qatar, ele ainda não projetou uma novidade, mas sabe que o cenário é propenso para tal.
- Os bordões passaram a fazer parte do cotidiano da TV Globo de uma década para cá, a transmissão era mais limpa antes disso. Então alguns a gente vai incorporando, eles vão ficando, porque marcam. Não dá para imaginar o Galvão sem o "bem amigos da Rede Globo", por exemplo, ou o "olha o gol, olha o gol". Da mesma forma, com toda a humildade, o "sabe de quem?", mas em toda Copa nós temos momentos diferentes e o que eu acho mais legal são os bordões que surgem nos jogos, nos eventos, quando você descola uma frase em uma situação qualquer e te acompanha a partir dali. Então a gente vai pensando em algumas coisas e ao mesmo tempo vai se emocionando com os eventos, mas vem muita coisa boa por aí.
Em relação a Galvão Bueno, será a última Copa do Mundo que ele irá narrar em uma TV, ou seja, será a última competição desse nível que Galvão estará na telinha da Globo. Se para o público isso será um marco nas vidas de cada, para aqueles que trabalham diretamente com isso, as coisas não serão mais as mesmas, como Luis Roberto disse ao LANCE!, ao admitir que esse futuro será "estranho".
- É mais do que um divisor de águas (a despedida de Galvão da Globo). O Galvão é único, é insubstituível, cada um de nós tem um pouco do Galvão, não apenas quem narra, mas também quem é telespectador, ele é um contador de histórias e que retrata o sentimento que ele está tendo ali. Acho que vai ser estranho no primeiro momento para todos nós, quando você ligar a TV no jogo da Seleção, e de repente não tem o "bem amigos da Rede Globo", minha nossa! Então é uma questão mesmo de ter que entender que os ciclos se completam e ele escolheu que fosse agora. Eu não sei te dizer como vai ser, mas que vai ser estranho, vai - finalizou.
A Copa do Mundo tem início no dia 20 de novembro (domingo), com a partida de abertura entre Qatar e Equador, às 13h (de Brasília). Segundo informações fornecidas no evento da última terça-feira, a Globo transmitirá 56 partidas em TV aberta na edição de 2022.