"Sou mais um Fiel abençoado; é alvinegro meu manto sagrado; em nome do Pai, eu canto: amém, meu coração corintiano". Sem deixar a identidade alvinegra de lado, a Gaviões da Fiel, agremiação da maior torcida organizada do Corinthians, cantou o amor e o respeito por todas as formas de exercer a fé.
O enredo "Em nome do pai, dos filhos, dos espíritos e dos santos... amém" levantou a massa corintiana e emocionou o Anhembi, mostrando que a escola de samba cumpriu a missão de emocionar e chamar a atenção para o combate ao preconceito religioso.
A escola, que vem de um jejum de 20 anos, foi assinado pela dupla de carnavalescos André Marins, que estreia pela agremiação, e Júlio Poloni, que atuou como enredista em 2022. Ambos, como se diz na gíria futebolística, são 'pratas da casa'. Ou seja, formados na própria agremiação.
Grande destaque do desfile, o carro abre-alas trazia um Gavião gigante e o escudo do Timão à frente. A obra levava membros da escola pendurados nas laterais, pendurados por cabos. Comandando a bateria, a apresentadora Sabrina Sato foi destaque usando uma fantasia vermelha que representava os guerreiros de São Jorge e os mensageiros de Ogum, representando a união entre o catolicismo e as religiões de matriz africana.
A festa terminou com o dia claro na manhã deste sábado. A Gaviões levou para o desfile 14 alas, quatro alegorias e mais de dois mil componentes e conseguiu concluir o desfile sem penalidades, fechando o primeiro dia de desfiles e colocando a escola na briga pelo título de 2023.
Também desfilou no primeiro dia a Independente Tricolor, ligada ao São Paulo. No segundo dia, a escola Dragões da Real (também ligada ao Tricolor) e a Mancha Verde, de torcedores do Palmeiras, também desfilam.