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Ao L!, presidente da Saferj fala sobre MP 984: ‘Os ‘direitos de arena’ podem sofrer um retrocesso’

No 'De Casa Com o LANCE!', Alfredo Sampaio diz que edição da MP foi inoportuna e alerta que alteração na 'arena' pode culminar em série de processos: 'Mexeram em algo certo'

Alfredo Sampaio
imagem cameraSampaio já se reuniu com Rodrigo Maia e agora aguarda audiência com o presidente Jair Bolsonaro (Divulgação / Saferj)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 14/08/2020
12:27

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Um trecho da Medida Provisória 984, editada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, foi recebida com forte oposição entre os jogadores. Convidado do "De Casa Com o LANCE!" na última quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Atletas, Alfredo Sampaio, não escondeu sua preocupação com a possibilidade do "direito de arena" dos atletas ficar nas mãos do sindicato.

- A MP veio em um momento conturbado do país, baseado nas questões de transmissões dos mandantes. Porém, no meio, foi mudada a forma de distribuição de direitos, pois a cota de 5% da transmissão para os atletas eram garantidos pelo Sindicato. Estamos nos engajando para evitar que o "direito de arena" volte a ser pago pelos clubes - e, em seguida, apontou:

- Caso haja a mudança neste trecho da Lei Pelé, a categoria será muito prejudicada, acontecerá um retrocesso. Ficará nas mãos dos clubes repassar o "direito de arena" e muitos atletas correm risco de não receber. Muitas equipes estão endividadas com dois, três meses de salários atrasados e já usam o dinheiro que entra para resolver outras pendências - completou.

Nas redes sociais, jogadores de clubes do Rio de Janeiro e de outros estados se manifestaram a favor da manutenção do "direito de arena". Além disto, houve um abaixo-assinado com 140 assinaturas apenas de jogadores que atuam nas equipes cariocas.

Sampaio detalhou como a cota de 5% de cada transmissão que é repassada ao Sindicato é distribuída entre os atletas. Aos seus olhos, a própria União será prejudicada.

- Este direito, que existe desde 2001 era o mais certo de ser arrecadado. Passadas entre 48 e 72 horas de cada jogo, o atleta recebia sua parcela da "arena" e ainda garantia a arrecadação de impostos. Se for retirado, haverá uma enxurrada de ações de trabalhistas e jogadores entrarão em uma longa fila de espera. Muitas vezes de anos. Nem todos os clubes têm as condições que hoje um Flamengo, um Palmeiras têm de honrar os compromissos em dia - disse.

O presidente da Saferj detalhou que já há uma movimentação para que os jogadores consigam apoio de parlamentares para mudar o trecho da Medida Provisória 984.

- Estivemos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, externando nossa preocupação, externando nossa preocupação. Estamos aguardando uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro para levar o abaixo-assinado feito por atletas que não concordam com esta mudança. Já há 96 emendas à MP, e dentre elas, 29 são defendendo a manutenção dos nossos direitos de arena - e crê em um período desafiador:

- O projeto já está na Câmara dos Deputados. Após os primeiros 60 dias, serão prorrogados por mais 60. Em outubro, haverá definição ou não se o Rodrigo Maia colocará em votação. Esperamos que até lá, a gente consiga mostrar a grande parte dos políticos que a gente quer garantir nossos direitos. Serão 60 dias de sofrimento - complementou.

Alfredo Sampaio falou sobre a reação do Ministério da Cidadania ao Sindicato.

- Na matéria que saiu nas redes sociais, o Ministério da Cidadania disse que se mostrava em oposição a sindicatos. A gente sabe que o Governo Federal não tem simpatias por sindicatos, têm alguns que são complicados. Mas nós não somos sindicalistas, somos ex-atletas. Eu estou na presidência e não sou sindicalista, não tenho ranço de sindicato. Se tivermos de parar nossa sede, deixará de haver atendimento a dentista, fisioterapia, cursos, plano de saúde. As pessoas não sabem o impacto que causamos no futebol, Não dá para pensar de forma fria por ser uma entidade, um sindicato. Nem todo mundo  é igual. Falamos com o secretário Ronaldo Lima, que ficou de interceder para uma audiência com o presidente da República. Vamos esperar - declarou.

Sampaio externou o impacto que a "MP das transmissões" causou na reta final do Campeonato Carioca, quando a Rede Globo rescindiu contrato com os clubes e as transmissões migraram para outros canais.

- Foi uma bomba no colo dos atletas. À exceção do Flamengo, os demais clubes estão com os salários atrasados. Já houve a paralisação devido à pandemia, na qual a TV suspendeu as cotas. Os atletas do Boavista receberam R$ 52 pela transmissão do jogo com o Flamengo, por exemplo. A diferença foi muito grande. Foi uma confusão na qual atletas de todos os clubes foram prejudicados - disse.

Em seguida, o presidente da Saferj destacou que é preciso conscientização ao pensar no futebol nacional.

- As pessoas quando pensam futebol no Brasil se voltam para as equipes de maior porte. Mas eles não conhecem a realidade do futebol. Os clubes menores, principalmente, sofrerão com o impacto negativo. Quando a Rede Globo suspendeu o pagamento devido à pandemia, o que salvou os jogadores foi a antecipação da "arena". Pagamos a primeira parte e, ao fim da competição, pagamos o restante. Foi muito ruim. Estou há muito tempo no futebol e já vi clubes do Piauí, Maranhão, Acre ligando diversas vezes a cobrar pedindo para depositarem rápido o dinheiro da "arena" - e, em seguida, detalhou:


- A MP mais tumultuou do que ajudou. Causou um impasse no "direito de arena", mexendo em uma coisa que estava dando certo até mesmo para o Governo, pois garante arrecadação de impostos. Tenho informação que estão fazendo um Projeto de Lei no qual todos os segmentos serão ouvidos em audiências pública para fazer suas defesas. Esperamos que nosso apelo seja ouvido - complementou.


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