Geração histórica da Croácia cai de forma injusta, e Modric encerra ciclo sem títulos
Seleção foi eliminada da Eurocopa pela Itália, com gol de Zaccagni já aos 98 minutos de partida
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A eliminação da Croácia para a Itália, na Eurocopa, apresentou tons diferentes do que nos acostumamos a ver em momentos anteriores. Queda dolorida nos acréscimos que trouxe, junto consigo, um gosto novo: o amargor do fim.
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Quando Davor Suker, em 1998, conduziu sua geração a uma semifinal de Copa do Mundo, a impressão era de que a seleção seria apenas mais um exemplo do termo "one-season wonder" ("maravilha de uma temporada). E até por alguns anos, a impressão se estendeu. Porém, a chuva de craques como Luka Modric, Ivan Perisic, Mario Mandzukic e outros acabou mudando a percepção.
De repente, a Croácia, tratada como uma possível surpresa, virou uma real candidata aos títulos. Faltava apenas o peso da camisa. Em 2018 e 2022, final e semifinal de Copa, respectivamente, mas dominância por parte dos adversários França e Argentina. Na Eurocopa de 2021 e na Nations de 2023, o mesmo rival (Espanha) entrega aos croatas sangramentos difíceis de estancar: uma eliminação por 5 a 3 na prorrogação das oitavas e um vice-campeonato nos pênaltis.
A Eurocopa de 2024, portanto, poderia ser a última grande chance de um título, já que nomes de relevância foram ou estão se esvaindo. E tudo parecia caminhar para um retorno ao mata-mata: mesmo no grupo da morte, os Ardentes chegavam a quatro pontos com a vitória sobre a Itália. Era o necessário.
Mas em competições grandes, conta e muito o peso de uma camisa que é campeã mundial há 90 anos. Zaccagni deixou tudo igual aos 98' de partida, com uma pintura. O mesmo fel de outros anos voltava à boca dos torcedores. A história se repetia.
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O futebol, embora conte com a tradição, também tem seus momentos de injustiça. Também traz seus momentos de carrasco. Com a Croácia, foi assim ao longo dos anos. Uma geração que pode ser considerada inesquecível, e que transformou sua equipe nacional em potência no meio de gigantes. Mas que, na angústia da bola, vai manter preso o grito de "é campeão".
Apesar das dores que o momento causa, o caminho está pavimentado. Um ônibus com novas estrelas nascidas em território croata pode chegar a qualquer momento no mundo do futebol. Uma camisa com novos rostos acima de sua gola, mas com mais casca no pano. O futebol tem suas injustiças, mas não é um plano injusto. Em certo ponto, há de conceder aos Ardentes a glória ainda não alcançada.
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