‘Mudanças propostas para o calendário de 2017 são superficiais’
Consultor de Conteúdo do Bom Senso Futebol Clube avalia cenário para o próximo ano
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Nesta quinta feira, dia 09 de Junho de 2016, foram anunciadas à imprensa, pela Confederação Brasileira de Futebol, as diretrizes do calendário do futebol brasileiro em 2017. Entre as novidades, destacam-se:
* Redução do número de rodadas de meios de semanas do Campeonato Brasileiro, das 12 atuais para nove
* Parada das competições de clubes em algumas Datas Fifa
* 18 datas destinadas aos Campeonatos Estaduais, ao invés das 19 atuais
* Oito datas destinadas à Copa da Primeira Liga, simultaneamente à Libertadores da América
* Início do Campeonato Brasileiro em final de abril, e não em meados de maio
Perante o que ficou definido, pode-se inferir que:
* Reduzir o número de rodadas de meio de semana do Campeonato Brasileiro, de 12 para nove, é algo bom, porém insuficiente. O ideal seria que não houvesse nenhuma rodada de meio de semana para a realização do Campeonato Brasileiro. Principal competição do calendário que é, deveria ser jogado apenas em fins de semanas. Há datas suficiente para tanto.
* Não é suficiente haver interrupções das competições de clubes em algumas Datas Fifa, é necessário que haja interrupção em todas as Datas Fifa. É inadmissível que os clubes principais joguem oficialmente quando seleções também jogam.
* Reduzir as datas dos Campeonatos Estaduais, de 19 para 18, é algo inócuo. Competições estaduais e regionais devem, no agregado, ocupar poucas datas do calendário, para que haja datas disponíveis para não haver “atropelo” entre certames.
* Colocar as datas da Primeira Liga em simultâneo à Libertadores significa que a liga pode não ter a participação de grandes clubes como Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio ou Internacional – desde que algum desses se classifique para a Libertadores. Assim, a viabilidade comercial da Primeira Liga fica comprometida.
* O início mais cedo do Campeonato Brasileiro só é possível porque, no ano de 2017, a Seleção Brasileira não joga competição oficial de meio de ano (uma vez que não se classificou para a Copa das Confederações). Como não é isso que acontece na maioria dos anos, o calendário de 2017 não é dotado de uma metodologia padrão, mas sim de uma solução esporádica.
Em suma, as mudanças propostas são tímidas, tópicas e superficiais. O que se precisa não é de mudanças conjunturais, mas de reformas estruturais: adequação ao calendário europeu; Campeonato Brasileiro somente aos fins de semanas; não haver jogos de clubes das séries A e B em nenhuma Data FIFA; clubes grandes devem jogar menos; clubes pequenos devem jogar mais; todos os clubes, grandes ou pequenos, devem jogar ao longo de toda a temporada; estaduais e regionais devem ter número de datas reduzido, como forma a tornar viáveis as outras modificações.
Será que é pedir muito?
* Luis Filipe Chateaubriand é Consultor de Conteúdo do Bom Senso Futebol Clube e autor da obra “Um Calendário de Bom Senso para o Futebol Brasileiro"
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