Papo com Beto: ‘Retomada esportiva virá. Mas quando? E como?’
Opções são muitas e vão de extremo a extremo: de início dos treinos a partir de 2 de maio até a recomendação da OMS para a normalidade ocorrer no fim de 2021
A pergunta do momento: quando teremos a volta das competições esportivas? A resposta ninguém sabe. Um problema no Brasil: muitos clubes deram férias para os jogadores neste período, mas férias terminam após 30 dias e a pandemia não chegou ao ápice. Depois, mesmo que os atletas não voltem pelo menos para os treinos, a opção do empregador é dar folgas. E folgas são remuneradas. Isso num período quase sem receita (salvo os patrocinadores).
O que fazer?
A CBF mostra alguma preocupação. Deu um pequeno auxílio aos clubes das séries C e D, mas deveria irrigar, com seus lucros quase na casa do bilhão, os clubes das séries mais nobres. Vejo isso como quase uma certeza no curto prazo e o start tem até um dia, 2 de maio, quando acabam as férias. A CBF gostaria de ver os clubes em volta paulatina com vários cuidados de proteção: vestiários sem uso; jogadores já chegando uniformizados; monitoramento com testes; nada de academia fechada; grupos divididos em, no máximo, sete jogadores. O protocolo bate na questão os testes. Seriam dois para cada jogador (na chegada e na saída dos CTs) por dia. Hoje o mundo busca os tais testes e a oferta beira o mínimo. O Governo de São Paulo fez um pedido de milhões de testes no início de março e até esta terça-feira tinha 574 mil em mãos. Não dá nem 5% da população. Ter testes em profusão para um setor não essencial é miragem no curto e médio prazo.
No mundo, as opções variam e vão a extremos. Nesta terça-feira a revista Veja divulgou que a OMS, numa reunião, recomendou que o futebol só volte a ser realizado a partir do fim 2021. Se isso ocorrer, as agremiações nosso esporte favorito vai quebrar em escala planetária e vão levar os outros esportes que estes clubes bancam se tornarem inviáveis. No outro polo, também nesta terça-feira, por unanimidade, os clubes italianos se reuniram em videoconferência e esperam apenas o OK do governo para o retorno ao trabalho e a preparação para o reinício da Série A, com portões fechados.
E tome indefinição. O Bayern de Munique já voltou aos treinos usando todas as medidas protetivas e a federação deve reiniciar a competição sem torcida. Mas na Escócia se definiu pelo fim do seu campeonato como está. A Real Federação Espanhola estuda a fórmula de jogos que eles chamam de expressos. Colocam os times numa só sede , dividem em grupos para diminuir os duelos e chegam aos campeões com mata-matas, sem rebaixamento. Para a elite, esta possibilidade também entra em pauta. Tá um samba doido, as opções são muitas. E esse assunto vai longe...