‘O técnico do Brasil’: Em 1989, Valdir Espinosa quase comandou a Seleção
Ex-treinador, falecido nesta quinta-feira aos 72 anos, estava cotado para substituir Sebastião Lazaroni no comando da equipe canarinho após título carioca com o Botafogo
Campeão da Libertadores e Mundial pelo Grêmio, e responsável por tirar o Botafogo de uma fila de 21 anos sem vencer o Campeonato Carioca, Valdir Espinosa não precisou da Seleção Brasileira para ser grande. Mas em 1989, após o icônico título estadual com o Alvinegro de General Severiano, esteve muito perto dela.
O gaúcho, falecido nesta quinta-feira aos 72 anos, foi chamado de “ O treinador do Brasil” pela edição de 9 de julho de 1989 do extinto “Jornal dos Sports” - que assim como o LANCE!, foi pioneiro na cobertura esportiva em território nacional.
A reportagem de capa do jornal do Rio de Janeiro citava o mau momento de Sebastião Lazaroni à frente da equipe canarinho. Depois de uma excursão fracassada na Europa e uma sequência de dois empates após uma vitória na estreia da Copa América que estava sendo disputada no Brasil, Lazaroni jogaria a vida contra o Paraguai pelo quarto jogo da primeira fase.
Na véspera do duelo contra os paraguaios, informou o diário carioca, José Boneti, à época membro da Fifa, e supervisor da Seleção em 1970, anunciou que Ricardo Teixeira havia o convidado para uma reunião ao final da Copa América. Especulava-se que Boneti assumiria o cargo de diretor de futebol após saída de Eurico Miranda. Caso isso acontecesse, Espinosa era o favorito para comandar o time brasileiro.
- Em 1989 vários eram os nomes que poderiam me substituir, pois os resultados eram fracos. Assim como cheguei à Seleção após meu trabalho por clubes, Valdir Espinosa também foi especulado. Ele tem muita história positiva dentro do futebol, passagens marcantes por clubes como Grêmio e Botafogo. Não tínhamos muito contato, mas um respeito e admiração grandes. Que ele descanse em paz e que sua família se orgulhe do que ele fez pelo futebol - disse Sebastião Lazaroni ao LANCE!.
O Brasil venceria o Paraguai por 2 a 0 no Estádio do Arruda, em Recife, em partida que até hoje é encarada como "as pazes do torcedor com (aquela) Seleção". Lazaroni levaria o Brasil ao título da Copa América e sustentaria sua posição até a Copa do Mundo de 1990. Assim, o casamento entre Espinosa e o time verde e amarelo nunca aconteceria.