Até que ponto, o tamanho do investimento de um clube em contratações influencia no resultado dentro de campo? Para responder a essa pergunta, o Lance! Biz resolveu comparar o custo dos elencos atuais e a classificação final da Série A do Brasileirão 2023.
A informação do quanto cada clube investiu no elenco foi retirada de um levantamento da Pluri Consultoria, publicado por aqui em novembro. Os valores se referem ao investimento na compra de direitos econômicos dos jogadores. Custos com folha salarial NÃO entram no cálculo.
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💰 Correlação entre dinheiro e resultado no Brasileirão
A comparação mostra que a capacidade de investimento em reforços está diretamente ligada ao desempenho. As primeiras posições são preenchidas majoritariamente pelos clubes que mais gastaram em direitos econômicos e as últimas, pelos que menos investiram.
Dos seis elencos mais caros do futebol brasileiro, cinco terminaram o Brasileirão no G6 e garantiram vaga na Libertadores. Dos cinco que menos gastaram com reforços, três foram rebaixados.
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A correlação existe, mas não totalmente. Há exceções importantes na lista. A principal "surpresa" na parte de cima da tabela foi o Grêmio, que foi vice-campeão com apenas o 11º maior gasto na formação do elenco. Uma prova da eficiência do departamento de futebol gremista.
Fluminense e Cuiabá também tiveram um desempenho bem acima do esperado pelos seus gastos com a formação dos elencos. O motivo, no entanto, é que o Tricolor e o Dourado apostam mais na contratação de jogadores livres no mercado, sem a compra de direitos econômicos.
Em contrapartida, a maior decepção foi o Santos - o sexto clube que mais investiu na compra de jogadores e o 17º colocado no Campeonato Brasileiro. Bahia e Vasco escaparam do rebaixamento, mas também tiveram resultados decepcionantes dado o investimento em jogadores.
Por que há algumas divergências? 🤔
O custo do elenco é um bom indicador para prever o desempenho de uma equipe. Afinal, os melhores jogadores costumam custar mais no mercado da bola. Elencos mais caros, portanto, tendem a ter mais vitórias em campo.
A correlação tem falhas porque times também podem ter bons jogadores no elenco mesmo sem grandes gastos. Usar jovens da base, apostar em atletas por empréstimo e aproveitar oportunidades de mercado são algumas opções para "baratear" o elenco.
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O Fluminense, por exemplo, foi campeão da Libertadores com investimento modesto em direitos econômicos. Fábio, Samuel Xavier, Felipe Melo, Marcelo, Ganso e Cano chegaram sem custos. André e Martinelli foram revelados no próprio clube.
Na maioria das vezes, faz mais sentido comparar o investimento com folha salarial e os resultados em campo. Afinal, jogadores bons ganham salários maiores mesmo quando são contratados sem custos.
Como os clubes não divulgam os gastos com salários, o Lance! Biz fará essa comparação no próximo ano - quando saírem os balanços referentes a 2023.
Palmeiras foi campeão do Brasileirão com o segundo elenco mais caro (Foto: Staff Images/CBF)