Qual o maior produto no futebol?
Para as marcas que patrocinam o futebol, o público é o produto mais valioso que pode ser explorado
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Deixando de lado o preço inflacionado pelas loucuras europeias e pelos nababescos petrodólares das terras árabes, nunca houve um consenso em definir qual o produto mais valioso dentro do futebol.
O direito de transmissão é caríssimo, os patrocínios são essenciais, a arrecadação em jogos dá sustentação à previsibilidade anual, mas qual o produto bruto mais valioso para as marcas?
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Existe uma máxima que o mundo startupeiro adora e que preconiza uma das maiores verdades do segmento digital nos dias atuais: “Se você não está vendo o produto, então você é o produto”. Tal afirmação casa perfeitamente com as três principais propriedades que existem dentro do futebol:
✔️ O atleta, que no campo faz as vezes de outdoor com perna e braço, e que fora de campo pode ser um embaixador com quês de bom moço e pai de família.
✔️ As diversas e infindáveis propriedades de marca que nada mais são do que a troca de espaço e visibilidade por muito dinheiro.
✔️ E, por fim, o produto mais importante: você!
Grave bem essa palavra: dados. Tudo é dado e dado é ouro, vide a cada vez mais valorizada LGPD, cookies, os infindáveis “ACEITO” que você clica ao acessar algum formulário de cadastro.
Para as marcas que sustentam e patrocinam o futebol, o público e o seu respectivo potencial de consumo é o produto mais valioso e escalável que pode ser explorado.
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Todo mundo sabe que a quarta-feira à noite e o domingo à tarde são os horários oficiais do futebol brasileiro. Qual a sacada? Reunir o mesmo nicho de público num só lugar e com um só hábito: ficar na frente da TV e, cada vez mais, com o celular na mão ao mesmo tempo.
Daí vem o bombardeio de anúncios e inserções de marcas que possuam similaridade entre seus respectivos produtos/serviços e o público que consome futebol.
Se eu sei que o futebol é assistido majoritariamente por homens e os dados me mostram que homens são suscetíveis ao consumo quando estão torcendo, então durante os jogos eu vou anunciar e ofertar pneus, cerveja, serviços de seguro, itens correlatos à churrasco e por aí vai.
Se os dados me mostram que antes da transmissão do futebol o número de mulheres ligadas na novela é enorme, então no último intervalo que precede o jogo eu vou caprichar e acertar em cheio com anúncios de cosméticos, xampus e itens focados no público feminino.
Viu a magia? Soa simples, mas é tudo extremamente mapeado e sincronizado.
O time que torcemos, a região que moramos, os hábitos de consumo que possuímos, os horários da nossa rotina… Tudo isso é mapeado pelas marcas e transformado em estratégias focadas em induzir ao consumo.
Quanto mais informações a marca tiver sobre você, mais ela te cercará até te deixar suscetível ao ato da compra. Soa estranho, soa alarmante, mas não é nada diferente do que acontece em qualquer outro ambiente digital hoje em dia.
Vida que segue, apenas atenção aos limites e bola pra frente!
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!
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