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Delegado esclarece caso envolvendo morte de torcedora do Palmeiras antes de jogo contra o Flamengo

César Saad afirmou que situação que ocasionou o falecimento de Gabriela Anelli não teve relação com confusão que paralisou a partida no fim de semana

Gabriela Anielle, torcedora do Palmeiras morta em confusão com torcedores do Flamengo
imagem cameraGaberiela, torcedora do Palmeiras morta em confusão com flamenguistas, acompanhada do irmão em um jogo do Verdão (Folto: Reprodução/Instagram/Felipe Marchiano Anelli)
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São Paulo (SP)
Dia 10/07/2023
16:28

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Titular da Delegacia de Repressão aos Delitos do Esporte, o delegado César Saad esclareceu o caso envolvendo a morte de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras atingida por estilhaços de uma garrafa no último sábado (8) antes do duelo entre o time paulista e o Flamengo, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. 

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Saad disse que a situação que ocasionou a morte de Gabriela aconteceu por volta das 18h, três horas antes de o jogo começar, e não teve relação com as paralisações durante o primeiro tempo da partida por conta dos efeitos de gases lacrimogêneos e de pimenta que vinham do lado externo do estádio palmeirense devido a uma outra confusão envolvendo torcedores e Polícia Militar. Nesta, não houve registro de feridos. 

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- Ocorreram duas brigas no Allianz, uma antes do jogo e outra durante a partida. Uma ocorreu de um lado do estádio e a outra ocorreu do lado oposto ao estádio. A briga onde a Gabriela foi vítima fatal ocorreu antes do jogo, na Padre Antônio Thomaz, onde é a entrada do visitante. Por volta das 18h, 18h30, havia já os alambrados colocados pelo policiamento, pelo Allianz, para a divisão das torcidas. Havia um grupo de palmeirenses, que não eram de torcida organizada, que estavam ali comendo, bebendo, onde iniciou o arremesso de garrafas, de pedras, por parte da torcida do Flamengo. Isso foi até filmado. E aí, justamente quando começou essa primeira briga, esse tumulto, a Gabriela foi vítima de uma garrafada, de um estilhaço da garrafa, que atingiu o pescoço dela. Tem inclusive um vídeo onde ela está sendo socorrida. Ela fica caída no chão, é socorrida. Ela dá a primeira entrada ali no posto de atendimento do Allianz, que rapidamente constatou a gravidade dos fatos, e a ambulância do estádio encaminhou ela para a Santa Casa - disse César em entrevista ao Canal do Benja. 

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De acordo com o delegado, o torcedor que arremessou a garrafa foi identificado e assumiu a autoria do crime logo após o ocorrido, quando a Polícia fazia a contenção. Ele foi preso em flagrante e, posteriormente, após um juiz analisar o caso, foi detido preventivamente, sendo encaminhado a um centro de detenção. 

Leonardo Felipe Xavier Santiago, 26, foi o autor do homicídio. Ele disse que não teve a intenção de arremessar a garrafa em Gabriela, mas admitiu que lançou o objeto em direção a torcedores palmeirenses que se encontravam próximo ao portão D do Allianz Parque, na Rua Padre Antônio Thomaz. Por conta disso, ele assumiu o risco de atingir alguém de forma fatal e responderá por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ainda há o agravante de ser um crime considerável fútil, que possivelmente aumentará a pena do indivíduo, que reside no Rio de Janeiro e foi por conta própria para São Paulo para acompanhar o jogo. Ele não fazia parte de caravanas ligadas à alguma torcida organizada do Flamengo. 

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- A gente tem o nome dele. Ele é torcedor do Flamengo. Ele é do Rio de Janeiro. Ele veio do Rio para assistir o jogo. Ele não veio nas caravanas de torcida organizada. Uma coisa que eu quero deixar bem claro aqui é que a atuação da polícia é imparcial, seja torcedor organizado ou não. O que ele cometeu foi crime e é dessa forma que ele será tratado e autuado, independente de torcida organizada ou não. É assim que estamos tratando o caso, tanto esse quanto outros, com total imparcialidade. Até então, até hoje de manhã, ele responderia por homicídio tentado, e, infelizmente, com a morte dela, ele vai passar a responder por homicídio consumado. Ele responderá pelo tribunal do júri e, com certeza, pegará uma pena bastante alta. O crime de homicídio é um crime que prevê uma pena bastante alta por motivo fútil, que ele vai responder, um crime com uma qualificadora. É um motivo muito fútil por uma briga de torcida você matar alguém com uma garrafada. Então, isso é uma qualificadora que vai aumentar a pena dele. Nós vamos utilizar também o reconhecimento facial para identificar outros torcedores envolvidos nessa briga - pontuou Saad, que esclarece o caso envolvendo a morte da torcedora do Palmeiras.

César Saad, titular da Delegacia de Repressão aos Delitos do Esporte em São Paulo
César Saad é o delegado titular do Drade em São Paulo (Foto: Stefani Paraiso/SSP-SP)

Gabriela foi resgatada com vida, atendida no ambulatório do Allianz Parque que, ao ver a gravidade da situação, a encaminhou imediatamente para a Santa Casa de Misericórdia localizada no Centro de São Paulo, onde ela passou por cirurgia. Estilhaços da garrafa arremessada atingiram a região da jugular da garota, fazendo com que ela perdesse bastante sangue. No domingo (9), a torcedora palmeirense teve duas paradas cardíacas e veio a óbito na manhã desta segunda-feira (10). 

Os pais de Anelli estavam no Allianz Parque, tentaram contato com a filha durante a partida, mas não conseguiram por conta da ausência de sinal telefônico. Quando eles descobriram o que aconteceu, Gabriela já estava em cirurgia. 

- Eu conversei com a médica no sábado de madrugada. A Gabriela passou por uma cirurgia, mas, infelizmente, o estilhaço da garrafa de vidro pegou na jugular dela, um lugar com muito volume de sangue, e, infelizmente, ela não aguentou. Ontem ela teve duas paradas cardíacas, foi reanimada e hoje ela veio a óbito - disse César Saad.

- O sinal de celular estava ruim lá no Allianz, eles (pais de Gabriela) assistiram o jogo inteiro tentando falar com ela no telefone e não conseguiam. Os pais só foram saber que a filha tinha passado por cirurgia após o término da partida, quando ligaram do hospital e eles foram pra lá - completou o delegado.

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