Iarley fala da vez quando torcedores do Boca o chamaram de ‘irmão do Pelé’ em clássico contra River Plate
Ex-atacante, com passagem pelo Boca, relembra história após grande atuação em um clássico e destaca Guillermo Barros Schelotto, atual treinador e seu antigo companheiro
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Iarley, atacante com passagens marcantes por Paysandu e Internacional, é um dos poucos jogadores que pode falar com propriedade do Boca Juniors. O atacante foi um dos 'carrascos' dos Xeneizes em jogo na Libertadores de 2003, quando o Papão, liderado pelo atacante, venceu na Bombonera e, meses depois, vestiu a camisa azul e amarela, vencendo um Campeonato Argentino e o Mundial de Clubes, contra o Milan.
Em contato com o LANCE!, o atacante, na onda da final da Libertadores que será disputada entre Boca Juniors e River Plate, neste sábado, falou sobre as sensações de pisar na Bombonera como adversário e aliado, destacando a importância dos apaixonados torcedores nas decisões dentro de campo, não importando qual lado que o jogador esteja representando.
- Não é fácil um time jogar lá, por toda a pressão que existe, pelo ambiente que é criado. Foi muito difícil jogar na Bombonera, muito difícil mesmo, requer uma concentração muito grande, um poder mental muito forte e tem que estar bem preparado fisicamente e tecnicamente. Como jogador do Boca, digo que é um incentivo muito grande que o torcedor te propicia, as vezes as coisas não estão saindo como você quer, aí olha para cima e vê aquela galera pulando, gritando, cantando. Eles apoiam os 90 minutos e isso te dá uma força muito grande. Você vê o adversário com os olhos arregalados, isso te arranca força de onde você não tem, é um prazer muito grande ter jogado contra e a favor, e poder sentir esses dois momentos - disse.
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Apesar da curta passagem pelo clube de Buenos Aires, Iarley jogou ao lado de Guillermo Barros Schelotto, ídolo da torcida e atual treinador da equipe. Na opinião do brasileiro, o futebolista argentino impressionava pela qualidade técnica e leitura de jogo, além de ajudar muitos jogadores que chegavam no clube, inclusive ele.
- O Schelotto era um jogador muito inteligente, era um dos líderes no grupo, principalmente na parte tática. Era um jogador que sabia desenvolver muito bem seu papel em campo e ajudar muito ao treinador e alguns atletas. A mim mesmo, ele ajudou bastante, logo quando eu cheguei, porque eu jogava no ataque, perto dele, e ele jogava bem aberto, praticamente em cima da linha lateral, para dar bastante amplitude, eu ficava flutuava por dentro, e ele ficava sempre me orientando - afirmou.
Iarley também destacou o entrosamento que possuía com Schelotto dentro de campo, incluindo algumas jogadas que fizeram sucesso no Mundial de Clubes. Além disso, o brasileiro confirmou que esteve em contato com o jogador em alguns eventos do Boca em anos posteriores, e destacou que ele continuava do mesmo jeito de quando era atleta, destacando que sua inteligência de futebol o ajudou para se tornar um treinador de sucesso.
- A gente tinha algumas jogadas, que até deu certo no Mundial, que era quando ele no momento que ele pegasse a bola do lado esquerdo e trouxesse para dentro, eu fazia o facão para dentro da área, porque ele colocava a bola com a mão, tecnicamente era fora da média. A gente teve alguns contatos, eu fui à alguns eventos do Boca, e ele continua sendo o mesmo cara, calado, sério, não gostava muito de brincadeiras, é um cara que já projetava esse sucesso como treinador - completou.
Iarley também projetou o 'Superclasico' que decidirá a Libertadores, pontuando que a expectativa fica por conta de uma boa atuação do Boca Juniors, que busca 'se vingar' da derrota sofrida na Supercopa Argentina, no início do ano, na própria Bombonera. Em sua visão, os Xeneizes precisam construir um resultado favorável nesta primeira partida da final.
- A expectativa é a melhor possível, porque o Boca vem crescendo na competição, vem ganhando confiança. O River ganhou o último Superclasico dentro da Bombonera, então o Boca está muito mordido, com a motivação lá em cima. A expectativa é que o Boca faça um grande jogo nesse primeiro confronto na Bombonera e possa conseguir um resultado que lhe dê condições que apenas segurar o resultado lá no Monumental - bradou.
Comparação com Pelé? A história inusitada de Iarley no clássico
A paixão das torcidas de Boca Juniors e River Plate são alguns dos fatores que ajudam a colocar o duelo como um dos maiores clássicos da história do futebol. Não por menos, toda a Argentina parava para ver as partidas entre as duas equipes, o que acabava refletindo nas atuações dos atletas dentro das quatro linhas, já que representava uma ocasião especial.
No caso de Iarley, uma partida entre Boca Juniors e River Plate talvez seja uma das mais lembranças mais especiais da carreira do atleta. De acordo com suas palavras, ele foi chamado de 'Irmão de Pelé' pelos torcedores xeneizes após ser o melhor jogador de um clássico, marcando um golaço. Ao ser substituído, restando poucos minutos para o apito final, os fãs presentes no Monumental de Nuñez o 'compararam' com o rei do futebol.
- Eu joguei o Superclasico no Monumental, a gente ganhou por 2 a 0, eu fui o cara da partida e fiz um gol que é considerado um dos mais bonitos da história do clássico, e a partir dali, eu não tive mais sossego na cidade (risos). Quando faltava três dois, três minutos para acabar a partida, o treinador me substituiu para que eu justamente pudesse ter o reconhecimento da torcida e, por surpresa, os fãs gritaram 'Olé, olé, olé, é o irmão do Pelé' - finalizou.
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