Abril desembestado nos traz recordes, performances e esperança…
Se não viu, não se desespere, posso contar um pouco sobre o que aconteceu

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E não necessariamente nesta ordem, irei apresentando a meu seleto grupo de renitentes leitores, o que nos presenteou o esporte mundial neste fim de semana que já se foi. Confesso que foram muitos os eventos que consegui acompanhar, tive que selecionar, pois o contador de palavras já vai firme lá na frente.
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No sábado aconteceu a etapa de abertura da Diamond League, o maior e mais importante circuito de Atletismo do mundo, agora com 15 etapas, espalhadas pelos continentes, exceto a América do Sul. E que abertura, meus amigos! Por ser a primeira de uma longa série de etapas, e nesta época do ano ainda é o comecinho das competições ao ar livre, sendo de bom-tom não esperar grandes resultados até o começo de junho, principalmente porque é ano de Campeonato Mundial, em setembro, na capital japonesa.
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Esqueçam esta baboseira acadêmica, o couro comeu em Xiamen neste sábado, e todo mundo viu, ou não!
Se não viu, não se desespere, posso contar um pouco sobre o que aconteceu:
MADE IN CHINA
Comecemos pela prova que nos trouxe um recorde mundial, e uma esperança, os exóticos 300m c/ barreiras. Uma versão um pouco mais curta do que a prova que nos trouxe 2 medalhas olímpicas nas duas últimas Olimpíadas, com o gigante, literalmente, Alison dos Santos, os 400 c/ barreiras.
Irá, ou não, me perguntar você, um dos meus 11 seguidores, por que esta economia de 100 metros? Te respondo ligeiro, feito Warholm, para tornar a retomada de ritmo de competição, ainda em início de temporada, menos dolorosa para músculos e coração e mais exigente na velocidade. Não sendo ainda uma prova oficial para quebras de recorde (acabou de se tornar oficial, desde sábado), e ganhando relevância durante a pandemia, quando, direto de Bislet, em Oslo em 2021, Warholm sozinho na pista, corre contra o relógio, e ganha, quebrando a melhor marca mundial até aquele momento.
E lá está ele, dando por encerrada a fase básica e fazendo sua primeira prova ao ar livre da temporada, os 300 c/ barreiras de Xiamen. Ele corre com especial desenvoltura e técnica, quebrando, agora com adversários reais que, aliás, ficaram longe, o recorde mundial, com 33”05c, abrindo os serviços em grande estilo. Mas não foi só isso que nos deleitou nesta prova. O atleta que conseguiu mais perto acompanhar o viking, foi um garoto brasileiro, corredor por ofício de 400 rasos, semi finalista desta prova em Paris 2024, que flerta ocasionalmente muito bem com as barreiras. E assim foi, com 33,98, um tempaço para início de temporada, ele é o vice campeão da prova! Matheus Lima, o moleque travesso, treinado pelo maior corredor de 400 do Brasil, Sanderlei Parrela, vai acumulando ótimos resultados desde 2023, terá que se dividir, e divertir, entre os 400 rasos, 400 c/ barreiras e os 4x400, provavelmente suas metas, as finais dessas provas no Mundial de setembro no Japão!
TENHA FÉ, KIPYEGON!
Faith Kipyegon, a colecionadora de recordes mundiais, quase leva mais um para casa, nos mil metros, com grandes adversárias, ao vencer com facilidade em 2'21", a menos de 1 segundo do recorde mundial de 1996, batido por Svetlana Masterkova, uma siberiana que dominou o meio fundo nos Jogos de Atlanta. Mesmo não quebrando recorde, Faith passa um recado ao mundo do atletismo: será um ano de novos recordes mundiais e novas medalhas. Ela, que se especializou em vencer e bater recordes nos 1500 e 5mil metros, quer trazer essa rotina também para os mil metros.
VELOZES HOMENS DE FERRO
Brasília recebeu neste fim de semana mais uma prova da franquia IRONMAN, um 70.3, Triathlon com a metade das distâncias oficiais do IRONMAN (3,8km nadando, 180km cic, 42,2km corrida), evento que costuma aglutinar 2 tribos que se olham meio de lado, os atletas de formato olímpico, acostumados com distâncias menores, mas intensidades bem maiores do que seus rivais Iron People. E quando estas duas turmas se encontram num 70.3, o bicho pega. Duelos sensacionais acontecem. E dessa vez deu o povo “do olímpico”. Miguel Hidalgo, um jovem triatleta com já 2 olimpíadas nas costas, e Djenyfer Arnold, também atleta olímpica, dominaram o cenário, com vitórias acachapantes, mostrando que, como temos visto nos últimos anos, mais vale a intensidade olímpica do que a resistência do Ironman.

JÁ QUE FALAMOS EM TRIATHLON, BORA PARA LONDRES?
Afinal, foi da prestigiosa (54 mil participantes!) Maratona de Londres, que vieram vários fatos relevantes, a seguir apresentados:
- Recorde mundial em Maratona feminina (sem participação de homens), batido por Tigist Asefa, fechando com 2h15’50”. Seu tempo em Maratona mista é de 2h11’53”, mostrando o quanto as mulheres se beneficiam da presença masculina nas provas mistas (largada única para a elite, entre homens e mulheres).
- A vitória do queniano Sawe, com 2h02’27”, segunda melhor marca em Londres de todos os tempos, já é motivo de celebração, porém o que mais impactou, foi o desempenho do segundo colocado, o ugandense Jacob Kiplimo, detentor de recordes mundiais nos 3 mil, 5 mil, 10 mil metros, 15kms e Meia Maratona, fez uma estreia em maratona, no mínimo, promissora! Seu tempo, 2h03’37”, e sua idade, 24 anos, o credenciam para começar a preparar o bote, mais um recorde mundial. Bora para os 42,2km Jacob? E também a quebra da emblemática marca de sub 2 horas, enfim?
Potencial orgânico e biomecânico ele tem de sobra, afinal quem tem 56 minutos na meia maratona, incríveis 12’40” nos 5 mil metros, e agora 2h03’ na maratona, tá prontinho para virar lenda!
Eu queria chamar a atenção de meu seleto time de leitores, para 2 fatos relevantes ainda:
- A atuação do “quarentão” Kipchoge, fechando a prova em 2h05, e terminando a maratona como quem acaba de tomar chá com a família Real, parando logo após a linha de chegada, para caminhar serelepe até seus adversários, que o aguardavam respeitosamente, e cumprimentar um a um, vibrante e sorridentemente.
- Outra estreia que chama a atenção é a do triatleta, repito, triatleta britânico, Alex Yee, que fez 2h11’08”, também chegando inteiro, apesar de reclamar a falta de rodagem longa durante as semanas, pois em seus treinos ele prioriza a intensidade, já que se tornou, mesmo não abandonando totalmente o Triathlon e focando num passeio próximo no Ironman, campeão britânico dos 10 mil metros, e detentor de uma bela marca pessoal, 27:52, nos 10 mil metros.
Yee é um dos poucos no mundo que pode escolher o que conquistar nas próximas temporadas: ser o melhor maratonista da Europa? Se tornar Bicampeão olímpico no Triathlon, em Los Angeles? Ou campeão mundial do IRONMAN, com quebra de recorde?
Cartas para a redação!
Por hoje é só, na sexta prometo informações sobre o primeiro fim de semana de maio e o que de melhor aconteceu no mundinho dos esportes.
Até sexta!
Lauter Nogueira.
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