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CBDU quer diálogo com governo Bolsonaro para ampliar verbas

Entidade resgatou recursos com novo texto da MP das Loterias, mas se vê prejudicada no cálculo final. Dirigente diz que há otimismo por nome forte do esporte em novo Ministério

Luciano Cabral, presidente da CBDU
imagem cameraLuciano Cabral durante a cerimônia de abertura da Fase Final do JUBs, em Maringá (Foto: Kaizen Filmes)
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Lance!
Enviado Especial a Maringá (PR)
Dia 06/11/2018
16:34
Atualizado em 07/11/2018
10:10

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Presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) e forte defensor da maior aproximação entre esporte e ensino superior, Luciano Cabral celebra a recuperação de verbas para sua área, mas não se mostra totalmente satisfeito com as perdas que sofreu nos últimos meses. O ex-judoca diz que o montante não é suficiente para o trabalho realizado hoje pela entidade e promete recolocar o tema no centro dos debates em Brasília.

Ele tinha a ambição de aumentar a fatia de dinheiro público das loterias no esporte universitário nos últimos anos. Em 2018, chegou a ver o plano frustrado, uma vez que a torneira se fecharia por completo com a polêmica Medida Provisória 841, editada pelo presidente Michel Temer. No momento, o setor vive indefinições, mas se o Congresso aprovar até 28 de novembro a MP 846, que resgatou as perdas causadas pelo texto anterior, o cenário melhora.

O dirigente quer se aproximar do novo Congresso e da base do presidente eleito Jair Bolsonaro em 2019. A grande perda é o percentual que a CBDU recebia do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio da Lei Agnelo-Piva.

– Nós fomos para um cenário muito ruim, que era a perda de todos os recursos. Naquela confusão, recuperamos o acesso à verba, de forma direta. Mas existe uma conta nesse meio. Há um teto de gastos com recursos administrativos de 20%. Nós tínhamos, pela lei anterior, direito a 5% do que ia para o COB (Comitê Olímpico do Brasil), 5% do que ia para o CPB e 5% para o CBC (Comitê Brasileiro de Cubes). Na nova lei, só temos a parte do CBC e do COB. Perdemos a fatia do CPB. Isso gera impacto no total e no administrativo, que passa a ser 20% de menos, com a obrigação de gerir os recursos diretamente – disse Luciano, que participa nesta semana da Fase Final dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), em Maringá (PR), ao LANCE!.

Para a CBDU, era mais cômodo utilizar os recursos que vinham do COB, fazer a prestação de contas e encaminhá-la para a entidade máxima do esporte olímpico no país, que também dava seu parecer. Havia, nas palavras de Cabral, uma gestão a quatro mãos. Agora, o repasse do governo passou a ser direto, o que exige maior responsabilidade de sua confederação, e maiores despesas.

– Vamos ter de estruturar melhor a equipe, com menos dinheiro. Mas foi um ganho diante da derrota que teríamos. Vamos esperar o cenário do país, como tudo vai se reposicionar com o novo governo, para voltarmos a discutir isso na Câmara – declarou Luciano.

O JUBs, que reúne cerca de 4 mil atletas universitários, é um dos principais focos da CBDU. Neste ano, o custo da competição para a entidade é estimado em R$ 6 milhões. Outros R$ 3 milhões serão desembolsados pela prefeitura de Maringá.

A perspectiva é de que a confederação consiga arrecadar R$ 13 milhões em 2019 pela Lei Agnelo-Piva, R$ 2 milhões a mais do que em 2017. O ano que vem terá ainda a Universíade, que deve consumir cerca de R$ 5 milhões. Um bom diálogo no Congresso é fundamental para viabilizar a ida do Brasil.

– Não é só uma questão de recursos. Precisamos de uma legislação, para que as universidades invistam efetivamente em equipamentos – diz Luciano.

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Otimismo com nome forte na fusão de ministérios 

A fusão dos Ministérios do Esporte, da Cultura e da Educação já é tratada como certa nos bastidores. Os dois primeiros serão "rebaixados" a secretarias dentro da pasta que terá o terceiro item como maior destaque. Segundo Luciano, há otimismo em relação ao nome do futuro secretário do esporte. A equipe de Bolsonaro já discute candidatos que tenham ligação com a área.

- É muito ruim (a fusão). Temos um Ministério que atende só às demandas do esporte, com as atenções voltadas ao setor para ouvir e dialogar. Ao passar para dentro da educação, haverá outras demandas. O Ministro da Educação tem diversos problemas para resolver. Mas já esperávamos por este cenário. O que temos solicitado é que, pelo menos, o Ministério tenha um gestor de esporte que seja uma pessoa ligada à área, e que os programas atuais sejam mantidos, como Lei de Incentivo, Lei Agnelo-Piva e Bolsa Atleta, senão perderíamos tudo o que foi construído nos últimos anos. Estamos confiantes nesse sentido – afirmou o presidente da CBDU.

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