Diego Hypolito critica ‘naturalidade’ com que ginástica lida com abusos
Atleta relembrou abusos sexuais sofridos na infância e fez críticas ao mundo da ginástica em entrevista; modalidade foi marcada por escândalo sexual com treinador em 2018
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As marcas de um trauma dificilmente deixam de acompanhar suas vítimas. Um dos exemplos disso é que o ginasta Diego Hypolito revisitou uma série de abusos sexuais sofridos durante a infância. O desabafo veio em entrevista ao programa Esporte Espetacular, exibido neste domingo. Em abril de 2018, o brasileiro já tinha falado sobre os abusos sofridos ao Jornal Nacional.
Diego revelou ter sido abusado por atletas mais velhos ainda nas categorias de base da ginástica. De acordo com o atleta, todos os episódios aconteciam com a ciência dos treinadores - a "naturalidade" com que o meio lida com situações de assédio foi justamente uma das maiores críticas de Hypolito.
- Por coisas que passei na minha infância não significa que faria (abuso) com outras pessoas. Não tive coragem de falar porque me sentia envergonhado, passei por situações que uma criança não deveria passar. Ficar nu diante de uma pessoa, sentar em pilha, passar por provas e ser ridicularizado, ninguém tem que passar por isso, ser abusado sexualmente ninguém tem que passar, ser despeitado. No meio da ginástica todo mundo sabe o que aconteceu, mas não consigo entender como se lida com naturalidade, como se fecha os olhos - desabafou.
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O único tema vetado pelo ginasta durante a entrevista foi sua sexualidade. Na opinião do atleta, medalhista de prata nas Olimpíadas Rio-2016, é mais importante falar de sua carreira. Isso porque "às vezes as pessoas ficam taxadas por uma situação que elas falam e não todos os momentos que viveram."
Diego Hypolito veio a público com seus traumas pessoais após o escândalo sexual envolvendo o treinador Fernando de Carvalho Lopes, ex-comandante da Seleção Brasileira de ginástica. O técnico foi acusado de abuso por 40 atletas em reportagem do Jornal Nacional; recentemente, ele foi punido com suspensão de 1.500 dias e multa de R$300 mil (que deverá ser paga à Confederação Brasileira de Ginástica). A defesa dos atletas queria o banimento de Lopes do mundo do esporte.
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