Dívida de R$ 17,25 milhões faz nova gestão da CBDA traçar plano
Em coletiva realizada nesta terça-feira, dirigentes expõem situação financeira: ‘Na parte esportiva vamos muito bem, na financeira muito mal e a governança horrorosa’<br>
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Luiz Fernando Coelho assumiu a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e pretende recuperar a situação financeira. Nesta terça-feira, os novos responsáveis pela CBDA, que assumiram o comando há 29 dias após a destituição do presidente Miguel Cagnoni em Assembleia Geral Extraordinária, apresentaram o panorama de recuperação. Segundo apresentado, a dívida total chega em torno de R$ 17,25 milhões.
- Assumimos há 29 dias e nesse período tivemos a oportunidade de ver tudo que está acontecendo, na parte administrativa e esportiva. O plano mostra que a entidade é gigante e temos chance de sair do buraco a médio prazo. Na parte esportiva vamos muito bem, na financeira muito mal e a governança é horrorosa - comentou Renato Cordani, diretor geral da CBDA.
Para se ter uma ideia, no ciclo que antecedeu aos Jogos do Rio, em 2016, o faturamento da CBDA passava dos R$ 50 milhões. Já no ciclo seguinte, o atual, caiu para R$ 12 milhões e atualmente está em R$ 6 milhões.
Da dívida total de R$ 17,25 milhões, R$ 7,75 milhões se referem a glosas entre 2015 e 2017, R$ 2 milhões são de multa dos Correios, R$ 4 milhões de dívidas não pagas para PJs e R$ 3,5 milhões de risco trabalhista.
- A CBDA tinha 70 funcionários, hoje tem 11. Tivemos de mandar quatro embora recentemente. Nossa folha salarial é de R$ 80 mil, mais R$ 57 mil de impostos. O custo mensal é de R$ 218 mil, mas temos um déficit operacional mensal de R$ 76 mil. Isso porque ainda estamos em sistema de home office- continuou.
Para tentar sair dessa situação, uma das soluções foi montar uma equipe de pessoas notáveis e que estão dispostas a trabalhar, neste primeiro momento, de graça para ajudar a levantar a entidade. Entre elas estão dois ex-atletas ilustres, Ricardo Prado e Djan Madruga, dois medalhistas olímpicos na natação.
A CBDA estipulou metas específicas para cada período de tempo. A curto prazo o foco será na sobrevivência financeira e em melhorar a governança e transparência. Já a médio prazo, a ideia é ter uma redução significativa da dívida, atrair parceiros e patrocinadores, e modernizar o estatuto. E a longo prazo, para um período de três ou quatro anos, é sanar todas as dívidas, alcançar o superávit operacional e aprimorar o investimento na base, entre outras coisas.
Mesmo assim, para os Jogos de Tóquio, os dirigentes se mostram otimistas para que seus esportes (natação, maratona aquática, saltos ornamentais, nado artístico e polo aquático) tenham sucesso em 2020.
A entidade se afundou em dívidas nas últimas duas gestões. O ex-presidente Coaracy Nunes foi recentemente condenado à prisão, acusado de desvio de recursos. O quadro piorou ainda mais com Cagnoni.
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