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Gabriel Medina x WSL: ex-surfista Carlos Burle explica embate entre brasileiro e a liga de surf

Tricampeão mundial criticou a organização do campeonato após derrota no Surf Ranch Pro

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imagem cameraGabriel Medina surfando no Surf Ranch Pro, em Lemoore, na Califórnia (Foto: SEAN M. HAFFEY/AFP)
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Lance!
Lemoore (EUA)
Dia 30/05/2023
16:44
Atualizado em 01/06/2023
17:11

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Após ser eliminado por Ethan Ewing no Surf Ranch Pro no último domingo, o brasileiro Gabriel Medina criticou os critérios de avaliação da World Surf League (WSL), que, segundo ele, "recompensam um surf muito simples”. A organização da liga mais importante do surf mundial, por sua vez, alegou que o esporte é subjetivo e disse que os competidores foram avisados sobre os critérios antes do início da competição. Em conversa com o LANCE!, o ex-surfista Carlos Burle, antigo detentor do recorde de maior onda surfada registrada, apontou a falta de comunicação clara como a grande questão em torno desse embate.

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- Primeiro, é importante passar para o público que o julgamento é subjetivo. No surf, há alguns critérios, e a nota vai depender da leitura dos juízes em relação a eles. A insatisfação do Medina, do Ítalo e do Filipinho, que foi exposta de uma forma madura, contundente e coerente, é em relação aos critérios. Dois critérios chamam atenção: inovação e manobra de risco. Mas não são os únicos, tem a fluidez, o surfe de borda, a quantidade de água, a radicalidade. Esses critérios são colocados durante a transmissão na tela, não é uma coisa escondida. O que me parece é que essa leitura, a comunicação entre os questionadores e a WSL, não está muito clara - opinou.

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Na visão de Burle, o questionamento feito por Medina e reforçado por outros surfistas brasileiros é legítimo e deve ser visto de forma positiva pela WSL. No entanto, o ex-surfista entende que os comentários mais acalorados de torcedores, com acusações fortes contra a organização, não agregam à discussão.

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A grande insatisfação dos brasileiros é com uma suposta desvalorização de manobras inovadoras e arriscadas. Na opinião do campeão mundial em ondas gigantes, esse tipo de surfe, que é característico do Brasil, deveria ser mais apreciado pelos juízes.

- Falo por mim, eu gosto de ver manobras inovadoras. Gosto de ver o cara dar uma batida de cabeça para baixo, doze horas, jogando muita água. Agora, quem fez uma onda igual àquela do Medina (no Surf Ranch Pro)? Dois reverses, uma até meio aerial, depois um ollie, com a volta completa e sem a mão na borda no final. Eu olhei aquela onda e pensei ‘é de 9 para cima’, mas veio de 9 para baixo - analisou Burle.

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- Gostaria, pelo movimento da evolução do ser humano, de ver as manobras modernas sendo mais valorizadas. Mas isso não justifica os questionamentos mais acalorados. Daqui para frente, eles terão oportunidade de conversar mais sobre isso - completou.

Veja abaixo a onda de Gabriel Medina que recebeu 8,67 dos juízes.

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Carlos Burle entende que não apenas a comunicação clara entre a WSL e os competidores é essencial, mas também entre os surfistas. Ele acredita que os critérios de avaliação da liga devem seguir a opinião da classe.

- Os pesos e medidas têm que ficar mais claros. E aí, você, como atleta, vai falar ‘quero ou não quero jogar esse jogo, participo ou não dessa competição’ - disse.

- A gente precisa que esse critério seja mais claro e esteja de acordo com os principais atores, os surfistas. Através do conselho, eles podem falar ‘olha só, o que nós queremos valorizar?’ - finalizou.

O Surf Ranch Pro, competição organizada na piscina de ondas do astro Kelly Slater, em Lemoore, na Califórnia, terminou com vitória do norte-americano Griffin Colapinto. O brasileiro Ítalo Ferreira ficou com o vice-campeonato. Essa foi a primeira vez que a etapa, criada em 2018, não foi liderada por um atleta do Brasil - Gabriel Medina foi campeão duas vezes, e Filipe Toledo, uma.

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Confira abaixo os posicionamentos de Gabriel Medina e da WSL.

Gabriel Medina: "Caro WSL, por favor, entenda a importância desta discussão. O surf é a minha vida, e meu amor por este esporte é incondicional. Surfo com paixão e pretendo deixar um belo legado quando olhar para trás um dia. No entanto, a comunidade do surfe, especialmente a brasileira, está estarrecida com a falta de clareza e inconsistência na definição das notas já há muitos anos, mas ultimamente isso tem sido ainda mais chocante.

Está claro que a avaliação dos juízes está agora recompensando um surfe muito simples, transições incompletas e PROGRESSÃO e VARIEDADE está sendo completamente retirada da equação. Isso é muito frustrante e ameaça o crescimento do esporte. Fãs e patrocinadores não aceitarão que isso continue e, em um futuro próximo, acabarão se afastando, uma vez que esperam um julgamento igual e justo para o esporte.

Também é importante observar que muitos treinadores tiveram a oportunidade de falar com a WSL após as baterias/etapas para discutir sobre PROGRESSÃO e VARIEDADE nos critérios e a falta de valorização para as manobras. O retorno recebido é sempre bastante defensivo, com exemplos ruins para ilustrar seus argumentos.

A WSL precisa urgentemente esclarecer seus critérios e aplicar um julgamento justo para preservar a evolução do esporte. Obrigado, Gabriel Medina e todo Brasil."

WSL: "Estamos comprometidos em continuar trabalhando para o crescimento do esporte no Brasil, apoiando nossos surfistas, fãs e staff por meio de eventos, parcerias e engajamento com a comunidade. A WSL existe para apresentar os melhores surfistas do mundo competindo nas melhores ondas do mundo.

Integridade e justiça são fundamentais em tudo o que fazemos. Nas competições da WSL, um painel de cinco juízes e um head judge avaliam cada onda de forma independente. Eles analisam todas as ondas em tempo real e é utilizado um sistema de replay dedicado, com ângulos de câmera adicionais além do que os fãs veem na transmissão.

Os competidores recebem os critérios de julgamento antes de cada dia de competição, descrevendo as diretrizes de pontuação com base no local da etapa e nas condições das ondas. O surf é um esporte subjetivo em constante evolução e encorajamos um debate construtivo sobre a progressão do nosso esporte e os critérios usados para julgar nossas competições.

Para o Surf Ranch Pro, os critérios de julgamento foram fornecidos a todos os surfistas no dia 20 de maio, antes dos dias de treino e da competição. Todos os competidores tiveram a oportunidade de discutir os critérios antes da competição e após suas baterias com a equipe de Tours e Competições.

Iremos manter nosso trabalho de comunicação para sempre aprimorar o esporte e a transparência entre os juízes, atletas e regras de competição para que todos possam fortalecer o crescimento exponencial do surfe profissional no Brasil e no mundo."

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