Wada investiga uso de sósias de atletas para fraudar antidoping
Esquema teria sido adotado por 18 esportistas de seis países no levantamento de peso, modalidade que corre o risco de ser excluída dos Jogos de Paris por práticas criminosas
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A Agência Mundial Antidoping (Wada) apresentou nesta quinta-feira os primeiros resultados de uma investigação que pode ampliar a crise no levantamento de peso, já ameaçado de ser excluído dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 por práticas criminosas. O órgão encontrou indícios de que 18 atletas de seis países, cujos nomes não foram revelados, forneceram amostras de urina manipuladas com utilização de sósias durante as coletas.
As suspeitas levaram a um início de averiguações por parte do Departamento de Inteligência e Investigações (I&I) em agosto de 2017. Uma nova abordagem para detectar a substituição da urina foi desenvolvida com a ajuda de fontes confidenciais e especialistas em análise, de acordo com a Wada. Um membro da Federação Internacional de Levantamento de Peso (IWF) teria recebido propina para acobertar atletas russos.
- A Wada está chocada com o que seu Departamento de Inteligência e Investigações descobriu nesta apuração. Por muito tempo, os levantadores de peso limpos tiveram que lidar com uma cultura arraigada de doping em seu esporte, onde a promoção do medo garantiu que a verdade permanecesse escondida e que aqueles que queriam fazer a coisa certa fossem isolados. Mais uma vez, isso mostrou a importância da informação do denunciante e a diferença positiva que pode ser feita quando as pessoas com informações têm coragem de se apresentar. A inteligência de fontes confidenciais bem posicionadas, juntamente com o trabalho diligente da Inteligência e Investigações da WADA, está entregando resultados significativos em uma série de investigações - disse o presidente da Wada, Witold Bańka.
O ex-presidente da IWF, Tamás Aján é acusado de chefiar o esquema. Na semana passada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia demonstrado preocupação com a governança da entidade, que chegou a ter três presidentes diferentes em apenas três dias. A presidente interina, Ursula Papandrea, foi destituída e deu lugar a Intarat Yodbangtoey da Tailândia, que agora foi sucedido pelo britânico Mike Irani.
- A inteligência e as investigações da Wada buscam justiça para os atletas e para o esporte limpo. A investigação sobre levantamento de peso tem sido complexa, difícil e demorada, com muitos obstáculos colocados em nosso caminho. O medo e o silêncio que permeiam este esporte têm sido um impedimento significativo. Portanto, tem sido muito encorajador receber um volume tão grande de inteligência como recebemos por meio da plataforma de denúncias confidenciais. O sucesso desta investigação deve-se em grande parte à bravura desses denunciantes. Também nos comprometemos a identificar outros novos métodos de investigação para nossos parceiros na luta contra o doping. Queremos detectar o doping onde e como ele ocorre - disse o diretor de Inteligência e Investigações da Wada, Gunter Younger.
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