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Lauter no Lance!: O antes, o agora e o depois. Precisamos falar do atletismo brasileiro

Tento agora é fazer uma radiografia do nosso, atualmente enfraquecido, atletismo

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imagem cameraAlmir dos Santos (Foto: Reprodução / Twitter)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 28/03/2025
05:45
Atualizado há 11 horas

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O antes

Não, não quis cantar Caetano neste momento, apesar de que, todo momento de nossas vidas deve haver sempre espaço para uma música de Caetano. O que tento agora é fazer uma radiografia do nosso, atualmente enfraquecido, atletismo brasileiro. E a melhor forma para conseguirmos isto, é comparando “cortes” do passado, presente e futuro deste esporte-matriz, que serve de base para tantos outros. Esporte que encanta por sua diversidade e atemporalidade!

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Por exemplo, tomemos por objeto de comparação o salto triplo mágico do Adhemar F. dos Santos, nosso ilustre personagem da coluna de terça, e demos um salto no tempo de 70 anos (do último recorde mundial de Adhemar, em 1955, no Pan do México) como se fosse a primeira passada de um belo Salto Triplo. Toquemos o chão da capital mexicana novamente, com o mesmo pé de impulsão e sigamos até os Jogos Olímpicos de 1968, quando o Mestre Nelson Prudêncio, em duelo espetacular com Victor Saneyev, quebra o recorde mundial, mas é suplantado pelo soviético na última rodada, ganhando uma prata com gosto de ouro. Mas não paremos por aí, falta apenas a finalização deste salto “quântico” (usamos esta sonora palavra para definir praticamente tudo que nos é impossível definir, portanto aguentem firme), adivinhem onde será?

Claro que tinha que ser na Cidade do México, em 1975, pelas longas e velozes pernas de João Carlos de Oliveira, o eterno João do Pulo. Sim, a capital mexicana virou, muito por causa da altitude e o ar mais seco, a cidade dos recordes uivantes! E foi em grande estilo, que João foi longe, pulverizando o Recorde Mundial, que era do Saneyev ali de cima, cravando 17m89c. Um salto perfeito e inesquecível. Três nomes eternizados no atletismo mundial, que dominaram por exatos 20 anos o salto triplo neste planetinha outrora azul!

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João do Pulo (Foto: AFP)
João do Pulo (Foto: AFP)

Estava formada a Escola Brasileira de Triplistas. A expectativa era essa. O interior de São Paulo produzia saltadores como produzia automóveis, nestas duas décadas, em série. Mas (tem sempre um “mas” nas histórias do nosso atletismo), veio uma entressafra longa, por uns 20 anos. Quando surgiu, de forma meteórica, o gigante hesitante de sorriso juvenil, Jadel Gregório. Nascido no Paraná, mas desenvolvido esportivamente no interior de SP, inicialmente em Marília, Jadel nos fez lembrar Adhemar, Nelson e João. Mas, faltou pouco, sempre faltava pouco pra Jadel se eternizar. Eu estava presente no sempre quente GP Brasil de Atletismo de Belém, em sua melhor temporada, em 2007, onde Jadel foi prata no Mundial de Osaka e ouro no Pan do Rio, quando ainda em início de fase competitiva, sem grandes expectativas, o gigante acordou e, em três largas passadas, quebra o recorde brasileiro e sul-americano de João do Pulo, pousando pesadamente à 17m80 da tábua de impulsão, 32 anos depois do voo de João no México. E só! Jadel virou passado.

O agora

Hoje, o que nos resta da Escola Brasileira de Triplistas, é o esforçado gaúcho Almir dos Santos, que desde 2018 não consegue se aproximar de sua melhor marca, 17m53! E em sua última competição internacional, o Mundial Indoor de Nanquim, saltou para um bronze apequenado pela ausência de muitos triplistas bem ranqueados. Mas não levou!

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Almir, simplesmente, foi desclassificado por uso indevido de material de performance banido.

Sim, hoje em dia, existe uma lista de sapatilhas e tênis de competição, que são proibidos de uso durante competições oficiais. E Almir e sua equipe técnica esqueceram este singelo detalhe: checar se suas sapatilhas estavam na lista de banidos. Estes tênis e sapatilhas são banidos por provocarem um ganho mecânico, pois são produtos que utilizam placas de carbono e compostos de borracha que aumente absurdamente o choque  do pé com o chão, criando um efeito “catapulta” em cada passada. Este, infelizmente, é o nosso AGORA!

O depois

Penso que devemos apostar todas as nossas fichas no depois. Aliás, no bem depois.

A grosso modo, tirando a marcha atlética e os 400m c/ barreiras, o momento do atletismo brasileiro é bem difícil. Demonstrarei a seguir:

Peguemos como exemplo as provas de fundo, os 5 e 10 mil metros rasos-

Criemos agora uma realidade virtual: se no ranking brasileiro das provas de fundo, mulheres do mundo pudessem competir, respirem fundo, nos 5 mil metros por exemplo, o segundo e o terceiro do ranking brasileiro seriam MULHERES (Chebet do Quênia e a etíope Tsigie). E, conforme aumentamos a distância, mais as fundistas do mundo conquistam as principais posições em nosso ranking canarinho masculino! Nos 10 mil metros, elas DOMINARIAM O NOSSO RANKING MASCULINO, do primeiro ao quarto lugar (baseados nos rankings brasileiro e mundial, entenda-se!) E não estamos falando de atletas transgêneros invadindo nossas provas, são mulheres mais bem treinadas e velozes do que nossos valorosos fundistas.

A questão é simples, JÁ FOMOS MELHORES NISSO!! E, para que O DEPOIS não se pareça com o HOJE, temos que buscar nossa essência esportiva comparando os 3 tempos, diagnosticando os “soluços” das curvas de performance. E daí, trocando os soluços por SOLUÇÕES!

É o dever de casa de hoje, para clubes, federações e, principalmente, confederações.

Bora trabalhar, moçada. O depois é logo ali, em Los Angeles 28. Será?

Cartas para a redação! (adoro isso!)

Lauter Nogueira

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