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Marco La Porta x Paulo Wanderley: compare as ideias dos candidatos à presidência do COB

O Lance! conversou de forma exclusiva com os concorrentes

Paulo Wanderley e Marco La Porta
Paulo Wanderley e Marco La Porta disputam a presidência do COB (Fotos: Reprodução / Instagram)

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O Lance! conversou de forma exclusiva com os dois candidatos à presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, mandatário da entidade desde 2017, e Marco La Porta, vice-presidente entre 2018 e março deste ano. A eleição acontece já nesta quinta-feira (3), no Parque Olímpico, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Compare abaixo as ideias dos candidatos.

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Desempenho nas Olimpíadas de Paris

Marco La Porta: "Quando a gente terminou os Jogos Olímpicos de Tóquio, a gente tinha um trabalho sendo feito. Qual era a preocupação de toda a área que trabalhava, a área de esportes do COB na época? Nós vínhamos de um ciclo muito importante de 2016, foram muitos recursos disponíveis para o esporte, investimos bastante e aquilo possibilitou um trabalho muito bom na área de desenvolvimento. Todas as confederações, todas as entidades, clubes... Houve muito recurso na época.

A gente tinha essa preocupação, já tinha um trabalho a ser feito. Só que, em 2022, por uma decisão do presidente, houve uma mudança, uma reestruturação da área esportiva. Isso impactou muito nos resultados, porque você não pode, faltando dois anos para os Jogos Olímpicos, mudar uma estrutura que era fundamental, que era a da área de esportes, que sabia o que estava fazendo, que vinha no caminho de evolução, para colocar outros profissionais, que não têm culpa, que têm capacidade técnica para fazer um bom trabalho, mas não tinham tempo."

Paulo Wanderley: "Nós entregamos, nessa gestão, as duas melhores campanhas em Jogos Olímpicos: Tóquio e Paris. Foram as duas melhores de toda a história do movimento olímpico; em quatro grandes eventos que foram organizados (Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos) nós saímos melhor do que antes, em três muito melhor.

Aí veio Paris, uma medalha faz a diferença, mas eu tenho que lembrar que no passado, no mundo distante, o Brasil nem ganhava medalha em Jogos, eram duas medalhas, uma medalha... Teve Olimpíada que o Brasil não ganhou uma medalha de ouro (em Sydney-2000). Então nós estamos discutindo, avaliando para baixo o resultado de uma medalha de diferença.

A Olimpíada de Paris foi melhor do que a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, que foi realizada em casa, com todas as facilidades, onde os atletas não precisavam passar por processos classificatórios, todos podiam entrar, foi a maior delegação do país, nunca mais vai acontecer isso. Fomos melhores do que no Rio de Janeiro, e fomos o segundo melhor resultado de todos os tempos. Isso é derrota? Não é derrota, isso foi um bom resultado."

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Meta para Los Angeles 2028

Marco La Porta: "Hoje a gente tem uma preocupação muito grande para Los Angeles, porque não houve um investimento assertivo, não houve um investimento adequado, então a gente tem uma preocupação muito grande para Los Angeles.

A gente precisa entrar, entender o que temos de recursos realmente disponíveis, quais são os projetos que nós temos, para que a gente possa entender qual é a meta para Los Angeles, saber aonde a gente pode chegar. A meta sempre é evoluir, não tem dúvida."

Paulo Wanderley: "Superar, como eu sempre disse, sempre superar, avançar, então estamos trabalhando para isso. Tem variáveis incontroláveis, que não dependem da gente, mas o que for possível controlar, (iremos).

Nós demos suporte às confederações, apoio aos atletas, contratamos técnicos quando a confederação solicitava — porque nós trabalhávamos em conjunto —, treinamento no exterior. 'Precisa treinar em tal país, porque lá estão as melhores equipes', ok, vai para lá treinar. 'Preciso contratar um técnico para dar suporte aqui', contrato técnico. Todos os caminhos foram realizados, foram concretizados, com o objetivo de performar."

Continuidade de Rogério Sampaio como diretor-geral

Marco La Porta: "A gente tem que conversar com o Rogério, porque o diretor-geral é uma decisão, inclusive, que tem que ser aprovada pelo Conselho de Administração. Conversar com o Rogério, entender qual é o projeto de vida dele, entender o que ele pensa. Tem uns desgastes, geralmente, que acontecem. Já são oito anos, praticamente, na função. Eu gosto muito do Rogério, trabalhei um bom tempo agora com ele, seis anos, a gente tem uma boa relação. É sentar e conversar, para ver quais são os planos, para que a gente possa chegar ao entendimento."

Paulo Wanderley: "É evidente (que vai continuar), é um campeão olímpico, tem experiência. Antes do Comitê Olímpico, ele foi presidente da Fundação Esporte de Santos, trabalhou no Centro Olímpico de São Paulo, trabalhou no Ministério do Esporte, na Secretaria de Alto Rendimento, e veio para comitê. E é um campeão olímpico."

Recursos públicos e privados

Marco La Porta: "Acho que já foi mais difícil (conseguir recursos que não sejam públicos). É muito cultural. Já foi provado nesse ciclo que, se você fizer um bom trabalho de imagem, você consegue. A diretoria de marketing do COB trabalhou muito bem. O Gustavo Herbetta, que está à frente desse departamento, fez um trabalho muito bom, junto com a diretoria de Comunicação, com o Paulo Conde. Eles conseguiram atrair as marcas e dar visibilidade às marcas. Com isso, o COB fechou o ciclo com 22 empresas de patrocínio.

Você pode dizer assim, 'poxa, mas isso não vai impactar com a Lei das Loterias?'. Não, porque é um valor muito grande. Só que a gente precisa, cada vez mais, diminuir essa dependência. Hoje, 85% do orçamento do COB vem das Loterias. A gente quer diminuir esse orçamento, mas sabendo que R$ 401 milhões, que é o valor que ano passado foi arrecadado pelas Loterias, são valores anuais muito altos, que nem o próprio futebol consegue. São poucos clubes de futebol que conseguem ter uma arrecadação de R$ 400 milhões por ano. É um recurso que a gente não tem como abrir mão. É difícil. Mas a gente precisa, cada vez mais, diminuir essa dependência e, ao mesmo tempo, aumentar essa possibilidade de atender às confederações."

Paulo Wanderley: "O esporte no Brasil que não depende de recurso público para nada é o futebol. Ponto. Todos os demais vão ter participação de recurso público, ou de convênios, ou termos de convênio, ou da Lei das Loterias, mas vão depender. O COB tem avançado. Quando entrei no Comitê Olímpico estava em zero, porque, após a Olimpíada do Rio, foi um declínio total, uma inteira baixa de patrocínios para todo mundo. Mas no ciclo passado, nós terminamos com seis patrocínios. Agora, com a entrada da Caixa, é o vigésimo segundo. Esse programa de patrocínio da Caixa nos deu a possibilidade de criar, quer dizer, pôr em prática, a nossa ideia de um programa chamado Top COB. Esse é um programa já desenvolvido pelo Comitê Olímpico Internacional em relação aos seus Comitês Olímpicos Nacionais."

Divisão dos recursos entre as confederações

Marco La Porta: "A gente defende que esses critérios não podem ser os mesmos ao longo dos quatro anos. Eles têm que ser variáveis ano a ano. Você pega o voleibol, que é uma confederação hoje que tem uma realidade de uma potência olímpica, chega nos Jogos Olímpicos e é fundamental sempre. É diferente do hóquei sobre a grama, uma modalidade ainda em crescimento no Brasil, com trabalho bem feito, que a confederação vem fazendo para tentar crescer, mas que ainda não consegue ser uma realidade na América do Sul. Não dá para você ter nas duas o mesmo tipo de investimento.

A confederação de hóquei precisa, por exemplo, no ano dos Jogos Sul-Americanos, um aporte maior de recursos para poder melhorar na América do Sul. E ela não vai precisar tanto desse recurso em ano de Jogos Olímpicos. Nós precisamos ter pesos diferentes de acordo com a competição mais importante de cada ano.

A gente pretende ter uma distribuição diferente ano a ano, mas isso definido no início do ciclo, para que as confederações saibam como elas podem conseguir mais recursos."

Paulo Wanderley: "O planejamento é algo vivo. Você tem que sempre implementar e melhorar. O que nós não abrimos mão são os critérios da governança, da meritocracia. Não se pode abrir mão disso. São 16 critérios, e a governança faz parte desse processo. Então, obteve uma pontuação X, vai receber Y. Tudo é proporcional, é igualitário nesse sentido. Por isso que um dos nossos pilares é a meritocracia, além da transparência e da austeridade, que é a otimização do recurso que a gente precisa investir. Esporte de alto rendimento é investimento.

A forma de distribuição será mantida e melhorada. Quem vai dizer isso aqui é minha área de esporte, a minha área financeira, de planejamento. O planejamento é vivo."

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Utilização de técnicos estrangeiros

Marco La Porta: "Sou totalmente a favor, até porque eu fiz isso na CBTRI (Confederação Brasileira de Triatlo). Em 2010, a gente foi buscar um treinador português (Sérgio Santos), que está aí até hoje, trabalhando há 14 anos no Brasil, para poder dar uma reformulada na modalidade. O raciocínio é muito simples: em modalidades que não têm ainda um desenvolvimento, não têm ainda profissionais que sejam capazes de levar essa modalidade para um nível mais alto, a gente precisa trazer o pessoal de fora para poder entender como é feito o processo.. Mas o fundamental é que esse profissional deixe o legado, como houve um legado que foi deixado na ginástica, como houve um legado que foi deixado na canoagem.

A gente precisa que esse legado seja traduzido em profissionais aparecendo, que se tornem capazes, para que em algum momento a modalidade não dependa mais do treinador estrangeiro. Somos totalmente a favor disso, mas especificamente com aquelas modalidades que não têm profissional qualificado no Brasil hoje. A gente pode trazer o profissional, o treinador de fora, não precisa ser a cabeça do treinador, pode ser o diretor técnico, que vai arrumar a modalidade, arrumar a parte técnica da modalidade."

Paulo Wanderley: "Isso é uma demanda das confederações. Elas apresentam as necessidades, nós estudamos em conjunto. Esses técnicos, quando vêm, vêm e transferem conhecimento. Eles não ficam aqui, isolados, dentro do casulo deles. Eles vão para treinamento de campo, eles vão fazer caminhos de pesquisa para os outros técnicos. Muitas das nossas modalidades evoluíram por conta de técnicos estrangeiros, e outras tantas evoluíram por conta dos nossos próprios técnicos."

Assista às entrevistas exclusivas com Marco La Porta e Paulo Wanderley abaixo.

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