COB comemora campanha recorde em Lima e vira a chave para Tóquio
Dirigentes exaltam segunda posição no quadro geral e número de vagas conquistadas
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A avaliação do COB (Comitê Olímpico do Brasil) sobre a participação brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, encerrados neste domingo, superou as próprias expectativas criadas pelos dirigentes brasileiros antes da competição começar. Embora tivesse em seu radar a possibilidade real de buscar a segunda colocação no quadro geral de medalhas, o resultado mostrou que o Brasil foi bem além do que as projeções internas do comitê apontavam.
Além de ficar atrás apenas dos Estados Unidos no quadro final, fato que não acontecia desde o Pan-Americano de 1963, em São Paulo, o Brasil superou a quantidade de medalhas conquistas (171) e ouros (55), deixando para trás marcas obtidas no Pan do Rio-2007. Mais do que estes números, o COB comemorou ainda a performance em diversas modalidades, que alcançaram no Peru uma campanha inédita na história da competição.
– Conquistamos em Lima resultados muito interessantes em vários esportes, como por exemplo ginástica artística, taekwondo, a performance do time de saltos do hipismo. Individualmente, foi bom o desempenho do João Menezes no tênis, ver o amadurecimento do Marcus Vinicius D’Almeida, no tiro com arco, e a evolução do triatlo. A medalha de ouro do basquete feminino também deixou sinais interessantes, agora com a chegada do José Neto – avalia Jorge Bichara, diretor geral de esportes do COB.
O fato de ter deixado para trás uma das potências das Américas como Canadá, que ficou em quarto lugar no quadro de medalhas (35 de ouro, 151 no total), não foi supervalorizado pelo comitê ao exaltar a campanha brasileira.
– Fazendo uma análise geral, sem detalhar muito os desempenhos, o tamanho do Canadá em Pan-Americanos costuma ser esse mesmo, ficar entre 30 a 35 ouros. O desempenho em 2015, quando receberam os Jogos em Toronto e teve 78 ouros, é que foi acima da média – analisou Bichara.
Outro ponto exaltado pelo comitê foi ter alcançado uma das metas estabelecidas para este Pan, que era o de classificar o maior número possível de modalidades para a Olimpíada de Tóquio. Foram asseguradas em Lima 29 vagas em nove esportes: handebol feminino (14), hipismo adestramento (3), hipismo CCE (3), hipismo saltos (3), pentatlo moderno feminino (Maria Iêda Guimarães), tênis masculino (João Menezes), tênis de mesa (Hugo Calderano), vela classe 49er masculino (duas vagas) e tiro com arco (uma vaga).
– A partir de agora, já viramos a nossa chave para Tóquio. Mantivemos a nossa posição de destaque nas Américas, mas estamos iniciando a busca por mais vagas. Vamos aguardar até o final deste ano, após os Mundiais, para fazermos algumas projeções de resultados, mas um dos objetivos é seguir aumentando o número de esportes com medalha, que foram 12 nos Jogos da Rio-2016 – disse Bichara.
Algumas modalidades que decepcionaram em Lima, como o handebol masculino, que terminou com a medalha de bronze e sem a vaga para Tóquio-2020, merecerão uma atenção especial do COB. Neste caso específico, dependendo ainda da possibilidade de o Brasil poder participar do Pré-Olímpico mundial, caso o Egito – que ficou à frente da seleção no último Campeonato Mundial – vença o Campeonato Africano. Com isso, sua vaga no qualificatório seria repassada para o Brasil.
Para Marcos La Porta, vice-presidente do COB e chefe de missão do Brasil em Lima, é preciso fazer uma análise com pés no chão para não serem criadas expectativas exageradas.
– Pan-Americano e Olimpíada têm cenários completamente diferentes, isso precisa ficar bem claro. Em relação ao Pan, por exemplo, não repetimos o que foi feito antes da Olimpíada do Rio sobre meta de medalhas. Acredito que isso tenha contribuído para deixar o ambiente mais leve para o atleta, que já sofre uma cobrança natural – afirmou.
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