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Papo com Helio Castroneves: ‘Por que meu Open Test acabou mais cedo em Indianapolis’

Em sua coluna, piloto explica acidente que sofreu em teste na última quarta-feira

Helio Castroneves
imagem cameraHelio Castroneves escreve semanalmente ao LANCE! (Foto: Andrea Leite)
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Lance!
Indianapolis (EUA)
Dia 21/04/2022
21:38

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Minha participação no Open Test em Indianapolis foi encurtada por causa de um acidente no treino final desta quarta-feira, 20. Estava voltando ao traçado, depois de deixar o pit, e simplesmente perdi o controle do carro. Não percebi nada quebrando que justificasse a escapada. Só sei que virei passageiro e acertei o muro na Curva 2.

Fiquei completamente desolado porque não foi com um carro qualquer, mas “O Carro”. Vou explicar. Depois da vitória na Indy 500 no ano passado, o carro foi levado para a fábrica, em Ohio, e nunca mais foi usado. Enquanto eu pilotava um chassi novo, o vencedor foi revisado e mantidos, sem alteração, todos os acertos que desenvolvemos ao longo do mês de maio de 2021.

Para não dizer que nunca mais andou, usei num teste em outubro passado, aqui mesmo em Indianapolis, só para constatar que estava tudo no lugar. O Open Test marcou, efetivamente, a reentrada do #06 no circuito que o consagrou. Vocês podem imaginar o quanto acreditamos nesse equipamento e como fiquei com o coração doendo ao vê-lo em pedaços.

Quero dizer que, se a gente comparar esse acidente com o do Texas, o estrago foi maior no Texas Motor Speedway, mas a possibilidade de ter perdido todo aquele trabalho me deixou muito preocupado. Foi muito acertada a decisão da equipe de voltar para Columbus, onde está localizada a sede da Meyer Shank Racing, e iniciar imediatamente o trabalho de recuperação. Isso me fez perder o segundo dia do Open Test, mas uma avaliação detalhada do carro era o mais importante a fazer.

A boa notícia é que os elementos que quebraram são substituíveis, a estrutura do carro está intacta e, o que é melhor, já deu para saber que foram preservados os elementos que fazem dele um verdadeiro vencedor. Confesso que saber disso me deixou um pouco aliviado, mas não me conformo com o acidente. Na hora, não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido.

Apesar disso, logo de cara surgiu uma suspeita que, depois, se confirmou. No mesmo local onde perdi o controle, o Alexander Rossi, da Andretti, havia escapado no início do teste. Assim que recomeçou, depois da paralisação provocada por meu acidente, o Will Power (Penske) também escorregou, invadiu parcialmente a pista e, ao tentar desviar, o Colton Herta, da Andretti, acabou batendo. Isso provocou muito tempo de discussão e o teste acabou terminando mais cedo.

A explicação é de que, por algum motivo, aquele trecho antes da entrada na pista estava sem aderência. Para que a pista não estrague no inverno, que em Indiana é muito rigoroso, os administradores do IMS passam um selante para evitar infiltração de umidade sob o asfalto. Ainda não está claro o que aconteceu, mas o fato é que esse trabalho deixou aquele trecho sem aderência e provocou toda essa confusão.

Para o teste desta quinta, 21, que acabou muito prejudicado por causa da chuva, os funcionários do circuito fizeram, emergencialmente, uma espécie de raspagem para diminuir a deficiência no local, mas estará tudo refeito para quando voltarmos em maio.

Foi muito triste o que aconteceu, mas temos de levantar a cabeça e partir com tudo para recuperar o tempo perdido. Na semana que vem temos corrida no Alabama e nada melhor do que um ótimo resultado para deixar no passado os acontecimentos da quarta.

Muito obrigado a todos e até semana que vem.

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