Regata na Ponta das Canas leva equipes para mar aberto em Ilhabela
Foi o quarto dia de provas do maior evento de vela oceânica da América Latina que se encerra neste sábado
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A entrada do vento de leste levou os 123 barcos inscritos na Semana de Vela de Ilhabela para uma disputa diferente nesta quinta-feira. A organização montou as raias na Ponta das Canas, área em mar aberto a mais de quatro milhas do Yacht Club de Ilhabela, no extremo norte da ilha. Os ventos médios de 8 nós e rajadas de 12 nós deram um pouco mais de velocidade às regatas entre boias, também chamadas de barla-sota.
- São várias opções de regatas e áreas de prova para as equipes testarem suas manobras e colocarem em prática seus treinamentos e conhecimentos sobre Ilhabela. Provas de longo percurso, como a Alcatrazes, e regatas entre boias no Canal foram testadas nessa edição. O objetivo da Semana de Vela de Ilhabela é organizar um evento completo do ponto de vista esportivo para os mais de 900 velejadores - disse Cuca Sodré, organizador da competição.
Tradicionalmente, quando o vento entra de Leste, as regatas são na Ponta das Canas. Quando é de Sul, como nos dias anteriores, no Canal de São Sebastião.
- O vento na Ponta das Canas é mais limpo, a raia é maravilhosa e tem menos interferência e corrente, pois é praticamente mar aberto. No Canal de São Sebastião, a área está muito próxima da terra, tanto da ilha quanto do continente. Sem contar o canal de navegação, muito fundo (35 à 40 metros), e a corrente é mais forte ainda, por isso os barcos procuram navegar mais próximo da costa para escapar dessa situação - contou o juiz de regata Carlos De Lorenzi.
Domínio dos caiçaras
Quem conhece 'onde o vento dá' pode ter uma vantagem extra nos diferentes tipos de regatas. Pode, mas não é garantia de vitória devido ao nível técnico de todas as tripulações participantes da Semana de Vela de Ilhabela. A súmula, no entanto, indica que os ilhabelenses, aqui conhecidos como caiçaras, estão de vento em popa. Com a entrada do descarte, o Ginga já abriu 11 pontos de frente sobre o Conquest.
O time mostrou que conhece bem o regime de ventos e venceu as três provas desta quinta-feira. No meio das 20 tripulações da classe na Semana de Vela, é a que mais treina.
- Apesar de nossa tripulação treinar frequentemente em Ilhabela, não podemos nunca nos considerar favoritos. As tripulações na HPE 25 estão muito fortes e precisamos respeitar nossos adversários - contou Breno Chvaicer, comandante do Ginga.
A equipe do Artemis tem uma tripulação argentina e apenas um velejador brasileiro, o Anderson Brandão, de 22 anos. Natural de Ilhabela, o velejador foi chamado para mostrar como funcionam as coisas por aqui.
- Pela primeira vez participamos do evento e para isso chamamos o Anderson pois é importante o conhecimento das condições de Ilhabela. Ele é excelente. A única coisa é a barreira do idioma, que muitas vezes tem terminologias diferentes - conta o argentino Mario Fumagalo trouxe sua tripulação de Rosário para correr a Semana de Vela de Ilhabela em um HPE 25.
Na categoria C30, o barco Caiçara também lidera o evento com bom desempenho. São três vitórias em seis regatas. A equipe também é de Ilhabela, mas conta com velejadores profissionais.
Já na HPE 30, o domínio é do Neptunus HP, do Rio de Janeiro, com dois pontos de frente sobre os argentinos do Phoenix/Mad Max.
- Ganhar regata é sempre muito bom, principalmente no nosso retorno à disputa com o barco da nossa família. É um evento especial - disse André Mirsky, que comadanda o HPE30.
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