ANÁLISE: Palmeiras se especializa em ‘correr atrás’, mas com o risco de não chegar lá na frente

Verdão segue apostando em sua capacidade de buscar os resultados quando oscila nas partidas. No entanto, o preço é caro para quem tem ambições até dezembro

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O Palmeiras, "time da virada", não funcionou dessa vez. O empate em 2 a 2, mesmo assim, acabou sendo excelente para o que se desenhava o duelo com o Vasco, no Maracanã. Nada, porém, que seja surpreendente, pois quem tem acompanhado a equipe de forma mais constante, sabe que, com o que tem sido apresentado, a qualquer momento a derrota será inevitável, como foi contra o Água Santa e o Bolívar. Assim, o Verdão corre o risco de gastar tudo agora e não ter lá na frente.

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Nos últimos sete jogos do Palmeiras, todos aqueles depois da Data Fifa, o time precisou colocar em campo um esforço acima do esperado. Foram partidas que acabaram saindo do controle do Alviverde, algo que é essencial no trabalho de Abel Ferreira e de sua comissão técnica. Em meio a uma maratona insana de duelos e competições, isso é um cenário terrível no aspecto físico.

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Contra o Água Santa, na ida da final estadual, saiu atrás, buscou o empate, não sustentou o momento e sofreu a derrota. Dias depois, foi até a altitude de La Paz, saiu na frente, teve chances de matar o jogo, mas perdeu o controle, teve um jogador expulso e foi derrotado por 3 a 1. Na volta da final, precisando vencer por dois gols de diferença para ser campeão, precisou imprimir um ritmo acima do normal para atropelar o Água Santa e sair de campo com a taça e 4 a 0 no placar.

Depois foi a vez de pegar o Tombense pela Copa do Brasil, novamente sair atrás no placar e ter de buscar o resultado. Conseguiu um placar de 4 a 2, mas novamente exigindo do físico após uma final de campeonato. Contra o Cuiabá, saiu na frente, poderia ter ampliado, não matou o jogo, perdeu o controle de novo, sofreu o empate e precisou correr para marcar o segundo e garantir a vitória em casa. Diante do Cerro Porteño, pela Libertadores, novamente saiu atrás e buscou o 2 a 1.

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Por fim, o duelo com o Vasco. Com problemas recorrentes, como um lado direito bastante bagunçado, a ausência de um "5" no meio-campo (apesar dos bons serviços entregues por Zé Rafael), a falta de capricho e a desconcentração, o Verdão viu o adversário abrir 2 a 0 em lances inaceitáveis nas disputas de alto nível. Situações muito parecidas com os últimos jogos. O que o time precisou fazer? Correr atrás de novo, ou seja, exigir novamente da parte física nessa maratona.

Palmeiras gastou energia extra diante do Vasco (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

O próprio João Martins, auxiliar de Abel Ferreira, chamou a atenção para esse desgaste extra do Palmeiras. Para ele, essa sequência de jogos que necessitam buscar o resultado, acabam tirando a possibilidade de controlar o ritmo e se poupar para os próximos compromissos. Em outras palavras, o cansaço contra o Cuiabá foi levado para o duelo com o Cerro, cujo cansaço foi levado para o duelo com o Vasco, cujo cansaço será levado para o duelo desta quarta-feira contra o Tombense.

A capacidade desse time para reverter situações problemáticas e a resiliência que esse elenco tem demonstrado nesses anos são admiráveis e mais do que provadas. Acontece que não se pode "brincar" com isso. Não que os jogadores/comissão técnica façam de propósito ou não levem a sério, mas talvez falte alguns ajustes e exista um excesso de confiança na mística do "time da virada". Se for isso, é preciso dar um "spoiler" sobre o futuro: não vai virar ou empatar sempre.

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Ficar correndo atrás com pouco mais de 20 jogos de temporada nas costas é um tremendo risco para quem quer chegar em dezembro tendo brigado para vencer os três títulos em disputa: Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil. Se o elenco, que já é curto, for lidar com essas maratonas (que serão frequentes) dessa forma, sempre no limite, não vai chegar inteiro fisicamente no fim do ano. Isso não é previsão, é certeza, não há quem aguente. É preciso abrir o olho desde já.

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