Não embalou: A situação de Rony no Palmeiras e a divisão da torcida
Atacante ainda não conseguiu deslanchar no clube e vem dividindo opinião dos torcedores nas redes sociais; Luxemburgo ainda busca melhor maneira de adequar o jogador
Titular desde a partida contra o Tigre, pela Libertadores, em 4 de março, Rony ainda não é unanimidade entre a torcida do Palmeiras, muito porque, se atacante vive de gols, ele está deixando a desejar: o camisa 11 ainda não balançou as redes pelo Alviverde.
Vindo do Athletico-PR, ele foi contratado em fevereiro por 6 milhões de euros (R$ 28 milhões, na cotação da época) para disputar uma das vagas no ataque palmeirense, que até a semana passada podia contar com o incontestável Dudu. No entanto, o camisa 7 foi vendido para o Al Duhail, do Qatar, e Rony ganhou ainda mais a oportunidade de se destacar, ainda mais porque, no Furacão, era pelo lado esquerdo que mais atuava. No entanto, não é bem isso que vem acontecendo.
Lá, foram 73 partidas e 13 gols feitos, tendo conquistado Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e J-League/Conmebol. Pelo clube paulista, porém, foram sete jogos e nenhum tento marcado.
Depois da pausa imposta pela pandemia do coronavírus, o Palmeiras jogou em duas oportunidades no Paulistão: uma derrota contra o rival Corinthians por 1 a 0 e a vitória, de virada, em cima do Água Santa, em casa, por 2 a 1. Os gols alviverdes foram marcados por Ramires e Luiz Adriano. Nos dois, Rony foi titular, mas acabou substituído. Para Vanderlei Luxemburgo, ainda é necessário encontrar uma maneira para que ele se encontre dentro de campo naquilo que é proposto pelo time:
- Precisamos encontrar um esquema para ele, porque o Palmeiras é proativo. Temos que arrumar um jeito de ele entender que precisa fazer tabela, dar o drible mais curto, em vez de receber a bola em velocidade, dar opção para o companheiro meter a bola para ele, na linha de fundo ou para o gol – disse o técnico após o triunfo no último domingo.
Dessa forma, é possível entender que o treinador também não está satisfeito com as atuações do jogador. Ele tentou fazer uma comparação com o posicionamento de Rony quando ainda atuava pelo Athletico:
- O Rony é uma situação complicada. O Athletico-PR era um time que jogava reativo, e ele é um jogador de velocidade, precisa de 30, 40 metros. Com a defesa desarrumada, então, muda de direção e desequilibra mesmo. Mas é o contrário do Palmeiras, que é proativo, joga no campo adversário. Agora, a bola chega e ele só tem 10, 15 metros para tentar um jogo. Dá o tapa e já encontra a cobertura, porque pode ver que o adversário sempre o marca com cobertura. Quando ele pega uma equipe que joga dando espaço, ele vai embora. Se não deixa espaço, ele tem problema, porque fica muito mais fácil para a cobertura, com os jogadores muito próximos: ele passa do primeiro e fica no segundo – analisou.
É importante lembrar que as quartas e semifinais do Campeonato Paulista serão disputadas em jogos únicos, ou seja, tem que fazer gol e não pode tomar se quiser avançar. Para o ataque, o Palmeiras tem, além de Rony, Willian, Luiz Adriano, Gabriel Veron (machucado), Luan Silva e Wesley, esses três últimos oriundos da base alviverde.
O Alviverde entra em campo nesta quarta-feira, às 21h30, no Allianz Parque, para enfrentar o Santo André, pelas quartas de final do Campeonato Paulista. O time de Luxemburgo classificou-se em primeiro do grupo B e, por isso, tem a vantagem de decidir em casa, mesmo que sem público.