Instabilidade pesou para Sampaoli não ceder financeiramente a Verdão
Argentino solicitou salário de R$ 2 milhões mensais e relatou a amigos que, vendo histórico recente de demissões do Palmeiras, não se sentia seguro para iniciar um projeto no clube
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Enquanto o Palmeiras cedia à maioria dos pedidos, Jorge Sampaoli não abriu mão de um salário mensal de R$ 2 milhões para ele e sua comissão técnica, em uma imposição que forçou o desacordo financeiro que levou ao fim das negociações. A amigos, o técnico explicou sua postura: não sentiu segurança para iniciar um projeto no clube.
O argentino já tinha uma impressão de instabilidade acompanhando o Verdão à distância. Assustou-se com a demissão de Luiz Felipe Scolari, então atual campeão brasileiro, logo depois de ser eliminado da Libertadores e perder do Flamengo, no Maracanã. Ficou ainda mais espantado com a dispensa de Mano Menezes após nova derrota para o Flamengo, há duas semanas. E a reunião com dirigentes do clube, na quinta-feira, não mudou sua impressão.
Pessoas próximas ao presidente Mauricio Galiotte contestam o raciocínio de Sampaoli, justificando que, se ele realmente pensasse dessa forma, seria conceitual e não abriria negociação com o Palmeiras, tratando inclusive de valores financeiros. Representantes do argentino se reuniram com dirigentes do clube para fazer proposta há duas semanas, o próprio técnico conversou com Galiotte e aliados pessoalmente na quinta e, sábado, a questão econômica foi rediscutida a pedido de Sampaoli.
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Na quinta-feira, uma comitiva comandada pelo presidente Mauricio Galiotte, e com a presença do recém-contratado diretor de futebol Anderson Barros, foi até o Rio de Janeiro, onde o técnico passava férias. A reunião começou à tarde e invadiu à noite. Sampaoli gostou do projeto, mas não ficou com a impressão de que estaria seguro no cargo. Lembrou que chegou a ter sete derrotas consecutivas no Santos e sentiu que não seria mantido em sequência similar.
O argentino relatou ter acreditado que ficaria exposto, sem nenhum escudo, em um clube que já não dá segurança aos seus treinadores. A troca na diretoria de futebol, com Anderson Barros substituindo Alexandre Mattos depois de cinco anos no clube, e a divulgação pública de que Sampaoli seria a cabeça de uma reformulação no elenco aumentou essa sensação.
A amigos, o técnico indicou ter se animado com a capacidade do Palmeiras de trazer reforços e montar um elenco realmente capaz de ganhar a Libertadores, seu sonho. Estava certo de que sua filosofia de jogo se encaixa perfeitamente nos planos da diretoria de ter um time ofensivo. Porém, sabia que, sendo a cara dessa mudança, seria facilmente responsabilizado por insucessos.
Na reunião de quinta-feira, Sampaoli viu que o Palmeiras só não cedia na pedida salarial. Por isso, depois de receber um ultimato para se posicionar no sábado, informou no fim da manhã que não concordava com a condição financeira apresentada na contraproposta do Verdão. Disse a amigos que sabia que, apesar de Galiotte ter reunido sua cúpula novamente para debater a questão econômica de seu contrato, o clube não atenderia seu pedido.
Por isso, Jorge Sampaoli passou o sábado informando a pessoas próximas que recusou o Palmeiras, enquanto a diretoria apontou falta de acordo financeiro. O técnico chegou a ser procurado pelo Racing, da Argentina, está ciente do interesse da seleção equatoriana e do Atlético-MG e tem o desejo de continuar no Brasil. Mas em clubes com mais tranquilidade do que teve no Santos e mais segurança do que sentiu que poderia ocorrer no Verdão.
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