Preocupação do Palmeiras com a arbitragem vai além das expulsões de Abel Ferreira
Clube teme falta de critério no uso da recomendação da 'tolerância zero', que entrou em vigor no Brasileirão
As recorrentes expulsões do técnico Abel Ferreira não preocupam o Palmeiras. A inquietação do clube vai além dos sete cartões vermelhos apresentados ao português em toda sua passagem pelo Alviverde. Na verdade, a atual 'dor de cabeça' da diretoria com a arbitragem brasileira está ligada à nova recomendação da 'tolerância zero'.
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Segundo apurou a reportagem do LANCE!, a direção palmeirense acredita que a falta de critério é o principal ponto de interrogação. O clube teme que a aplicação da recomendação pode se tornar desmedida e, com isso, a equipe pode perder atletas em jogos importantes pelo acúmulo de cartões amarelos ou vermelhos, distribuídos desnecessariamente.
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A RECOMENDAÇÃO
Com objetivo de acabar com as 'rodinhas' de jogadores em cima de árbitros e assistentes, a CBF determinou punições com cartões aos atletas que proferirem reclamações à equipe de arbitragem.
A rigorosa recomendação entrou em vigor na primeira rodada do Brasileirão, durante o último final de semana. Ao todo, foram distribuídos 21 cartões amarelos, dois vermelhos e somente dois confrontos — Botafogo x São Paulo e Bragantino x Bahia — não tiveram advertências neste sentido.
EXPULSÃO DE ABEL FOI COM ANTIGO CONHECIDO
O treinador português soma seis expulsões em torneios nacionais e uma na Recopa Sul-Americana. As últimas três punições máximas ao profissional — contra Santos (Brasileirão 2022), Flamengo (Supercopa 2023) e Cuiabá (Brasileirão 2023) — tiveram uma coincidência: o assistente das partidas era Bruno Boschilia.
- O fiscal de linha (auxiliar) me chamou em espanhol. Eu sou português, de Portugal, falo a mesma língua. O que me mata é chegar em casa e ter a minha mulher, as minhas filhas, porque estou fazendo um esforço enorme para melhorar. Isso tira a vontade de ser treinador e continuar aqui - destacou Abel Ferreira em entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1 sobre o Cuiabá, no último sábado (15).
- Expulsei diretamente por: sair da sua área técnica e ir em direção ao arbitro assistente 01 gesticulando e proferindo aos gritos as seguintes palavras "Que arbitragem de m****" - diz a súmula da partida, escrita pelo árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva.
Há quem diga que esse seria um dos temores do Palmeiras sobre a tolerância zero. Por exemplo, Abel pode estar marcado negativamente pelo assistente em questão e acabar punido de maneira desmedida, prejudicando o clube.
O QUE A PRESIDENTE DIZ
A esposa e as filhas de Abel Ferreira reclamam das expulsões do treinador, mas a presidente Leila Pereira não.
- O Abel fica muito incomodado quando acontece esse tipo de coisa. O Abel é um profissional muito sério, trabalhador, focado, humilde, um lutador ao nosso lado. Na beira do campo, é um estresse. Dou total liberdade para o Abel fazer o que quiser na beira do campo e nas entrevistas. Eu não vou tirar a essência do nosso treinador. Tanto no momento de êxito, quanto nos difíceis. Eu não trato desse assunto como o Abel, dou liberdade - disse a mandatária alviverde, em sabatina com jornalistas exibida pela rádio 365 no último domingo (16).
PALMEIRAS NÃO RECEBEU PALESTRA DA CBF
Uma palestra promovida pela CBF, com a intenção de anunciar as novas recomendações, foi agendada para ser ministrada na Academia de Futebol entre os jogos das finais do Paulistão. Além disso, na semana em questão, o Palmeiras ainda viajou à Bolívia para enfrentar o Bolívar, pela estreia na Libertadores.
Por essas razões, o clube acabou não conseguindo receber a equipe da Confederação. No entanto, a instituição máxima do futebol brasileiro encaminhou o material ao Verdão, que informou aos jogadores as novas medidas.