‘Alemães mostram o famoso toque de bola, mas a defesa dá brechas’
Seleção olímpica dos alemães tem ideias semelhantes às da principal, com muita organização e toques envolventes, mas Brasil tem defeitos a explorar. Confira análise do L!
A Rio-2016 colocou a Alemanha no caminho da Seleção Brasileira pela primeira vez depois dos 7 a 1. O time de Rogério Micale vai se deparar, às 17h30 de sábado, com um oponente mais forte do que todos que já enfrentou na competição até aqui. Uma equipe que joga pelo chão, tocando quase sempre de primeira, e que tenta sufocar o adversário encurtando o espaço entre defensores e atacantes.
Trata-se da Alemanha, mas não há motivo para pânico. A Seleção Brasileira dificilmente sofrerá algo parecido com os 7 a 1 e tem plenas condições de faturar o ouro. O time de Horst Hrubesch mostrou qualidades que nos acostumamos a ver na seleção principal, mas está longe da quase perfeição que os comandados de Joachim Low exibiram em 2014.
A vitória por 2 a 0 sobre a Nigéria, na semifinal disputada nesta quarta-feira, em São Paulo, também expôs defeitos dos alemães. O calcanhar de Aquiles está na defesa. O goleiro Horn, sempre acionado com os pés, não é confiável como Neuer. Uma das melhores oportunidades dos africanos surgiu de uma furada bizarra do camisa 1.
Suele e Ginter, os zagueiros, estão longe da solidez de Hummels e Boateng e foram envolvidos algumas vezes pelos nigerianos. É possível imaginar que eles terão dificuldades diante de Neymar, Gabriel Jesus, Gabigol e Luan, sobretudo porque Micale acostumou seus atacantes a marcarem a saída de bola rival com afinco. Toljan e Klostermann, os laterais, provavelmente terão de se preocupar mais em marcar do que em avançar.
A força dos germânicos está na organização. Para anular o 4-1-4-1 dessa seleção, será fundamental apertar a marcação sobre Sven Bender, o volante que joga à frente da zaga e participa de praticamente todas as jogadas.
Gnabry, o meia-atacante que atua aberto pela esquerda, promete dar trabalho a Zeca e Marquinhos. O jovem do Arsenal (ING) é o melhor dessa seleção: tem velocidade, dribla fácil e sabe fazer gols, tanto que é artilheiro do torneio, com seis bolas na rede. Mais tímido, mas também perigoso, Brandt é quem joga pela outra ponta. Meyer e Lars Bender armam por dentro.
Selke fica como centroavante, mas sempre saindo da grande área. Foi assim que ele deu a assistência para o segundo gol contra a Nigéria: puxou um contra-ataque pela direita e cruzou rasteiro para Petersen, que havia acabado de entrar, marcar. O primeiro gol saiu de uma jogada envolvente iniciada por Gnabry, que caiu da esquerda para o meio e acionou Meyer às costas da zaga, pela direita. Ele cruzou e Klostermann, o lateral-esquerdo, apareceu para concluir como camisa 9.
Se repetir o time que jogou nesta quarta, Hrubesch vai escalar a Alemanha com: Horn, Toljan, Suele, Ginter e Klostermann; Sven Bender; Brandt, Lars Bender, Meyer e Gnabry; Selke. O único dos 18 convocados que estava na Copa do Mundo de 2014 é o zagueiro Ginter, reserva há dois anos. Os três atletas acima dos 23 anos são os gêmeos Sven e Lars Bender, respectivamente do Borussia Dortmund e do Bayer Leverkusen, e Petersen, do Freiburg.