Atletismo intensifica revezamentos para não fazer feio na Olimpíada
Sem perspectivas em provas individuais de pista, Seleção Brasileira mira finais no 4x100m
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A Seleção Brasileira de atletismo tem uma meta clara para os seis meses que restam até os Jogos Olímpicos Rio-2016. Sem perspectivas de conquistar medalhas em provas individuais de pista (diferentemente do que acontece nas de salto, com destaque para Fabiana Murer), o país se apega às equipes do revezamento 4x100m e intensifica os trabalhos. Na visão do grupo encarregado da preparação do time, é de lá que pode sair uma boa notícia.
– Teremos chances nas provas individuais para 2016? Não. Então, o que temos procurado nos últimos dois anos é fazer um revezamento que seja finalista e, quiçá, medalhista – afirmou Carlos Cavalheiro, técnico-chefe das equipes de revezamento 4x100m e dos 100m e 200m, nos dois naipes.
Entre os homens, Bruno Lins e Aldemir Gomes Junior são os únicos brasileiros com índice individual, ambos nos 200m rasos. No feminino, Ana Cláudia Lemos (100m e 200m), Rosângela Santos (100m e 200m) e Vitória Rosa (200m) detêm a marca. Cada país só pode classificar até três nomes nestas provas, que são o parâmetro inicial para a definição do conjunto do 4x100m, o que acontecerá após o Troféu Brasil, em julho.
– A Olimpíada está aí. Com o revezamento classificado (obteve vaga no ano passado, ao ser finalista no Mundial das Bahamas), o pessoal tem de garantir a vaga de cada um no 4x100m. Eu e Ademir temos de melhorar ainda nosso tempo nos 100m. Há um trabalho longo a ser feito – disse Bruno Lins, de 29 anos.
A quantidade reduzida de atletas com potencial para brilhar em provas de pista incomoda, mas não prejudica quem está na briga por um lugar entre os grandes. Nos 100m, o recorde brasileiro não é batido há quase 28 anos, quando Robson Caetano cravou 10s no Campeonato Ibero-americano de 1988, na Cidade do México.
– Estamos em um processo. Poderíamos ter levado o bronze nos Mundiais (de Revezamentos) de 2014 e 2015, mas por um detalhe ele escapou das nossas mãos. Faz falta um grupo mais maduro, mas não vejo a quantidade reduzida como um problema – disse Bruno, que foi para sua primeira Olimpíada aos 21 anos, em Pequim (2008).
O apego ao 4x100m vem dos resultados do passado. Em Sydney (2000), o Brasil faturou a prata na disputa, com André Domingos, Claudinei Quirino, Édson Luciano e Vicente Lenilson. Em Atlanta (1996), o bronze veio com André Domingos, Arnaldo Oliveira, Edson Luciano e Robson Caetano.
A Seleção realiza até o próximo sábado um camping no Centro Nacional de Treinamento da CBAt, localizado na Comissão Desportiva da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. O atividade será encerrada com a disputa do Torneio Caixa de Velocidade e Revezamento.
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