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Campeã olímpica, Rafaela Silva só quer uma coisa: ‘Comer’

Após ficar na dieta para ficar no limite da categoria até 57kg, judoca brasileira deseja passar no McDonald's da Vila Olímpica. Mas antes, tem outros compromissos...

Rafaela Silva morde sua medalha de ouro, a primeira do Brasil no Rio
(Foto: Toshifumi KITAMURA / AFP)

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A simplicidade de Rafaela Silva é tanta que parece que a judoca ainda não conseguiu dimensionar o feito de sua conquista nesta segunda-feira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O choro no pódio, o abraço nos familiares, a ovação do público presente na Arena Carioca 2... Nada disso foi capaz de mudar o estilo da judoca brasileira. E se você tem qualquer dúvida disso, basta perguntar o que ela deseja fazer depois de faturar a medalha de ouro na categoria até 57kg.

- Comer. Estava segurando o peso. Ainda não fui no McDonald’s da Vila (risos).

Isso é Rafaela Silva, com seu jeito tímido, muitas vezes sem papas na língua, batalhadora. Afinal, deixar a comunidade da Cidade de Deus no Rio de Janeiro para brilhar no mundo do judô não é fácil.

Mas antes de realizar sua principal vontade, a judoca ainda tem muitos compromissos. Afinal, a campeã mundial de 2013, agora também é campeã olímpica. E o que não faltam são pedidos de entrevista. Só nesta segunda-feira, ela vai passar por diversos canais de televisão. E a hora para comemorar ou comer? Isso é impossível de fazer qualquer previsão.

Sem esconder a felicidade pela conquista, como não poderia ser diferente, Rafaela também não esqueceu de quem tanto a criticou após a eliminação em Londres-2012. Não quis entrar em polêmica com quem chegou a chamá-la de macaco no passado, mas deixou a resposta no ar.

- Acho que não tem recado. Só a medalha no meu peito.

Segunda mulher do Brasil a conquistar um ouro nos Jogos Olímpicos no judô – a primeira foi Sarah Menezes –, Rafaela também não pensa em se tornar um símbolo contra o racismo. Até nesse momento, a simplicidade fala mais alto.

- A medalha de ouro para o Brasil é importante. Não importa se é de um negro ou um branco – avaliou.

Após pensar em abandonar o judô em 2012, Rafaela merece comemorar, sorrir, chorar, comer o que quiser. A frase pode até parecer um clichê, mas realmente o esporte muda a vida das pessoas. Para a judoca brasileira para melhor. E muito.

– O judô é minha vida. Comecei com cinco anos, não tinha objetivo, só queria brincar como todas as crianças da minha idade. Depois que eu comecei a levar a sério, ganhar as competições, que imaginei ser possível estar em um Campeonato Mundial, uma olimpíada. E agora tenho todos esses títulos na minha carreira – festejou a campeã.

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