Chefe do combate ao doping no Brasil se ‘inspira’ na Rússia: ‘Manual do que não fazer’
Escândalo serviu para Marco Aurélio Klein, secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), rever e melhorar práticas no país
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Os escândalos no sistema antidopagem da Rússia revelados nos últimos meses, centrados no acobertamento de casos positivos de atletas e participação de autoridades no esquema, serviram de exemplo para o Brasil do que não deve ser feito.
Secretário nacional para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Marco Aurélio Klein disse que leu o relatório publicado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) sobre os problemas no combate ao doping em território russo. E se “inspirou” no documento para melhorar as práticas realizadas no Brasil.
– Quando saiu o relatório (sobre a Rússia), baixei o documento, imprimi e li. Aquilo é um manual do que não deve ser feito, e implicou que olhamos todos os nossos processos. Tem coisa ali que você tem que fazer “by the book”, à regra, e é o que fazemos – falou Klein em entrevista ao LANCE!, durante visita à redação de São Paulo nesta quinta-feira para falar do trabalho da ABCD e do envolvimento do órgão nos Jogos Olímpicos Rio-2016.
– Nós, como autoridade do país-sede dos Jogos, temos uma responsabilidade brutal – completou.
Devido às irregularidades, a Rússia corre sério risco de ser proibida de disputar o atletismo na Olimpíada do Rio de Janeiro pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf). A decisão deve sair na próxima semana.
Reforço em exames surpresa
Uma das práticas da ABCD nos últimos meses para evitar que a campanha brasileira nos Jogos Rio-2016 fique manchada foi intensificar os exames fora de competição. A meta é evitar que a delegação brasileira passe ilesa no evento, ou seja, não tenha nenhum atleta flagrado.
Segundo Klein, neste ano já foram realizados 1.310 testes antidoping pela secretaria ligada ao governo federal. Destes, 57% (751) foram exames surpresa, fora de competição, onde a chance de flagrar algum atleta é maior do que em testes em competição (43%, ou 559).
Em 2016, a ABCD já computa 20 violações ao Código Mundial Antidoping, seja o teste positivo de um atleta ou outra infração às regras antidopagem. Um desses casos é da velocista Ana Cláudia Lemos, nome importante da Seleção Brasileira de atletismo, mas que pode não competir no Rio por estar suspensa.
– Não tenho o número das outras entidades, mas ousaria dizer que, fora os Estados Unidos, nenhum outro país, ou pouquíssimos, devem ter alcançado essa porcentagem (57%) – disse o secretário da ABCD.
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