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Guerra dos Balcãs ainda expõe “feridas” em atletas

Milena Rasic, destaque da seleção sérvia de vôlei, nasceu no Kosovo, mas precisou fugir da guerra. Quase 20 anos depois, assunto ainda é um tabu

Vôlei - Sérvia Rasic
Rasic em ação na Rio-2016 (Foto: Pedro Ugarte/AFP)

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O sorriso fácil de Milena Rasic, titular da seleção de vôlei da Sérvia, desaparece quando o assunto é relembrar uma parte da infância. No fim da década de 90, quando a menina de oito anos ainda não sonhava com a participação numa Olimpíada, a sangrenta Guerra dos Balcãs matou mais de 30 mil pessoas. E ela viveu a traumática experiência de perto, com bombardeios aéreos e ataques por terra.

Milena nasceu em Pristina, no Kosovo, em 1990. Um levante pela independência, bem perto de sua cidade-natal, em 98, iniciou a batalha que durou um ano e sacudiu todo o centro da Europa. Ela então foi levada para Obilic, onde morava parte da família, passando para o lado que atacava sua região. No ano seguinte, houve a fragmentação da Iugoslávia em várias repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Montenegro, Bósnia, Macedônia e, por último, o próprio Kosovo.

Na Rio-2016, a região-natal de Rasic estreou como nação independente, tendo faturado o ouro no judô com Majlinda Kelmendi. Um tabu para boa parte da delegação sérvia, incluindo os nascidos no Kosovo, região com 90% de albaneses.

– Eu nasci em Kosovo, mas não tenho mais nada a ver com Kosovo. Não tenho nenhum comentário para fazer – disse ao LANCE!.

Em quadra, Rasic tem feito bonito. Ontem, a China por 3 a 0, parciais de 25-19, 25-19 e 25-22. A Sérvia soma nove pontos e já está garantida nas quartas de final, brigando pela ponto do grupo com os EUA, que soma 11.

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