Iziane se despede da Seleção sem poder passar bastão a jovem ala
Candidata a substituta da veterana para o próximo ciclo olímpico, Tati Pacheco foi cortada após suspeita de caxumba. Brasil não venceu e joga neste sábado para cumprir tabela
Já sem chances de se classificar para as quartas de final da Olimpíada do Rio de Janeiro, a Seleção Brasileira feminina de basquete se despede da competição neste sábado, às 15h30, contra a Turquia, na Arena da Juventude, em Deodoro, no jogo que deve marcar a despedida de Iziane do basquete. Se o Brasil terá de se virar sem a veterana ala-armadora a partir do ano que vem, sua possível substituta não sentirá o gostinho de entrar em quadra nos Jogos. Trata-se de Tati Pacheco, cortada do elenco depois de suspeita de caxumba.
Em entrevista ao blog "Bala na Cesta", Iziane afirmou que não joga mais por clubes e que a Olimpíada seria sua última competição oficial com a camisa da Seleção. Nos quatro primeiros jogos da equipe, ela apresentou médias de 14,2 pontos e 3,8 rebotes em 33,8 minutos por exibição.
A quantidade de minutos de Iziane é a maior da Seleção no Rio. O problema de saúde de Tati, sua possível substituta, ajuda a explicar a estatística. A ala do Uninassau/América acordou se sentindo mal no dia do jogo contra a Austrália, que marcou estreia do Brasil nos Jogos.
Desde então, Tati não teve mais contato com as companheiras de Seleção. Por precaução, assistiu aos duelos com Japão e Belarus de um hotel. Na quarta-feira, quando seus exames saíram e a possibilidade da caxumba foi confirmada, a atleta foi cortada.
Por isso, a jovem ala não teve oportunidade de se apresentar para a torcida como jogadora da Seleção. Porém, se engana quem espera um perfil parecido com o de Iziane. Se a veterana é uma líder vocal e já até passou do ponto algumas vezes, com casos de insubordinação na carreira, Tati é muito mais discreta.
Dentro de quadra, também é possível esperar mudanças no estilo da Seleção com a substituição.
– Ela é mais uma especialista de três, tem um chute de três mais destacado, que é a primeira opção dela. Ao contrário de mim, que já tenho uma característica mais de infiltração. Obviamente é uma grande substituta, é uma menina com potencial tremendo ainda para se desenvolver. Acho que ainda não conseguiu mostrar todo o seu potencial, precisa ainda desabrochar isso – opinou Iziane, ao LANCE!.
A suspeita de caxumba adiou o desabrochar de Tati e o início de sua era na Seleção Brasileira. Neste sábado, contra a Turquia Iziane se despede da equipe nacional sem poder passar o bastão à sua possível substituta.
QUEM É ELA
Nome
Tati Pacheco
Nascimento
16/10/1990 - São Paulo (SP)
Posição
Ala
Na LFB
Médias de 9,7 pontos e 2,4 rebotes em 28,33 minutos por exibição na temporada 2015/2016. Os números são os maiores da sua carreira.
Recordes pessoais
Com cinco temporadas profissionais disputadas na LBF, Tati Pacheco chegou às marcas de 22 pontos e seis rebotes duas vezes.
BATE-BOLA EXCLUSIVO COM TATI PACHECO
Qual você acha que é a qualidade que a levou a Seleção Brasileira?
Acho que não tem uma só, é um pouco de tudo. Um pouco da defesa, do chute. Não tenho uma em especial.
Como é seu estilo em quadra? E fora da quadra, como você é?
Meu estilo é de defesa forte e contra-ataque. Gosto de chutar também. Fora sou uma pessoa tranquila, não tem muito o que falar não. Sou bem de boa, fico na minha. Não gosto de badalação. As meninas até falam que nem conheciam minha voz porque eu falo muito pouco (risos).
Você acha que o seu estilo é comparável ao da Iziane?
Não. Ela tem estilos diferentes, principalmente no ataque.
E o que ela pode ensinar?
Acho que dentro de quadra, a autoconfiança dela. É uma coisa que todo mundo deveria ter. A liderança, a garra, acho que tudo isso a gente tem que aproveitar ao máximo. Não só eu como todas as outras. Fora dela, muita coisa. Ela é uma líder.