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Ministério do Esporte rebate acusação sobre falha no combate ao doping: ‘É absurda’

Ministério confirma que exames antidoping no Brasil estão interrompidos, mas diz que suspensão de laboratório atrapalhou realização de testes e análises

Leonardo Picciani, ministro dos Esportes
Leonardo Picciani assumiu o cargo de ministro do Esporte em maio (Foto: Paula Mascára)

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O Ministério do Esporte confirmou ao LANCE! que a realização de exames antidoping pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) estão interrompidos neste momento.

Em nota enviada na última segunda-feira por meio de sua assessoria, a pasta informou que nenhum teste antidoping foi realizado pela secretaria do ministério entre os dias 1º e 22 de julho – período que coincide com a nova gestão da ABCD, liderada por Rogério Sampaio.

O Ministério do Esporte, no entanto, afirma que o controle foi interrompido por causa da suspensão do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), no dia 22 de junho – o laboratório só foi recredenciado pela Agência Mundial Antidoping em 20 de julho.

“Não houve decisão política alguma de interromper testes. O Ministério do Esporte e a ABCD estão empenhados na luta contra a dopagem no esporte. A interrupção dos testes previstos para o período de 1 a 24 de julho ocorreu única e exclusivamente por conta da suspensão do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem pela Wada, em 22 de junho (a liberação do laboratório ocorreu apenas em 20 de julho). Desde 24 de julho o LBCD está ‘fechado’ pelo COI, aguardando apenas os testes com os atletas que disputarão os Jogos Rio 2016. Ainda assim, a ABCD consultou três laboratórios internacionais com quem mantém acordos para a possibilidade de receber amostras do Brasil no período: o laboratório de Lisboa está suspenso, enquanto os laboratórios de Bogotá e Barcelona alegaram que estavam com capacidade esgotada e não poderiam atender a ABCD”, relatou o Ministério do Esporte.

"Não houve decisão política alguma de interromper testes. O Ministério do Esporte e a ABCD estão empenhados na luta contra a dopagem no esporte"

A pasta ainda rebateu as acusações de Luis Horta, de que haveria um interesse de autoridades esportivas do país na diminuição do controle dos atletas da elite nacional, para conquistarem medalhas “limpas ou não” nos Jogos Rio-2016.

“A acusação é absurda e não tem nenhum sentido. A ABCD segue estritamente os códigos internacionais e está comprometida em consolidar a política antidopagem no Brasil. Até 22 de junho deste ano, foram realizados 2.227 testes de urina e sangue em competição e fora de competição. Em 2015, foram realizados 639 testes, após a acreditação do LBCD em maio do ano passado”, rebateu o ministério, em nota.

Confira abaixo as respostas do Ministério do Esporte às perguntas enviadas pelo LANCE! 

Qual foi o motivo da exoneração do ex-secretário Marco Aurélio Klein da ABCD? Comentou-se que um dos motivos foi o descredenciamento do LBCD junto à Wada. Esta informação procede?
A troca do comando da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) deu-se, exclusivamente, por uma questão de confiança do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, que escolheu para o cargo o campeão olímpico Rogério Sampaio, que, além de atleta consagrado, acumula mais de uma década de experiência como gestor público do esporte.

Dias depois, o consultor da Unesco Luis Horta deixou a ABCD por vontade própria, segundo relato do próprio. Como o Ministério do Esporte lidou com tal fato, já que Horta é uma das referências mundiais no combate ao doping?
Luis Horta deu uma contribuição valiosa na construção da ABCD. O contrato do profissional com a ABCD, via acordo de cooperação internacional, encerrou em 30 de junho.

Qual foi o impacto da saída de Luis Horta no trabalho diário da ABCD no combate ao doping?
Nenhum. A ABCD tem uma equipe técnica extremamente qualificada.

Como o Ministério do Esporte avalia o trabalho feito por Marco Aurélio Klein e por Luis Horta na ABCD, no período em que ambos trabalharam na secretaria?
Ambos fizeram um trabalho importante para a criação da ABCD.

Em entrevista ao LANCE!, Luis Horta relatou que o Ministério do Esporte suspendeu os exames antidoping fora de competição nos atletas que fazem parte do chamado Grupo Alvo de Testes da ABCD, que inclui inúmeros atletas que disputarão os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016. Os testes teriam sido suspensos 45 dias antes do início dos Jogos Olímpicos. O Ministério do Esporte confirma a informação?
Não houve decisão política alguma de interromper testes. O Ministério do Esporte e a ABCD estão empenhados na luta contra a dopagem no esporte. A interrupção dos testes previstos para o período de 1º a 24 de julho ocorreu única e exclusivamente por conta da suspensão do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem pela Wada, em 22 de junho (a liberação do laboratório ocorreu apenas em 20 de julho). Desde 24 de julho o LBCD está “fechado” pelo COI, aguardando apenas os testes com os atletas que disputarão os Jogos Rio 2016. Ainda assim, a ABCD consultou três laboratórios internacionais com quem mantém acordos para a possibilidade de receber amostras do Brasil no período: o laboratório de Lisboa está suspenso, enquanto os laboratórios de Bogotá e Barcelona alegaram que estavam com capacidade esgotada e não poderiam atender a ABCD.

Ainda em entrevista ao LANCE!, Luis Horta também relata que a suspensão de tais exames antidoping fora de competição atenderia a interesses de autoridades esportivas brasileiras, "pois alguns desejam apenas que fossem muitas medalhas, independentemente de serem limpas ou não", em referência aos Jogos Olímpicos. Qual é a posição do Ministério do Esporte diante de tais acusações?
A acusação é absurda e não tem nenhum sentido. A ABCD segue estritamente os códigos internacionais e está comprometida em consolidar a política antidopagem no Brasil. Até 22 de junho deste ano, foram realizados 2.227 testes de urina e sangue em competição e fora de competição. Em 2015, foram realizados 639 testes, após a acreditação do LBCD em maio do ano passado.

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