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Prefeitura do Rio altera projeto olímpico em benefício de empreiteiras

Principal instalação dos Jogos Rio-2016, Parque Olímpico teve plano inicial modificado para valorizar a região. Uma das empresas é doadora de campanha do prefeito Eduardo Paes

Arena Carioca
Parque Olímpico é a principal instalação esportiva da Rio-2016 (Foto: AFP / YASUYOSHI CHIBA)

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A prefeitura do Rio de Janeiro modificou o projeto original do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, principal área de competições dos Jogos Rio-2016, para beneficiar empreiteiras, de acordo com o UOL. O portal obteve, por meio da Lei de Acesso à Informação, um relatório do Comitê Olímpico Internacional (COI) anexo a um aditivo do contrato assinado pelo município e pelas empresas para a construção da instalação.

Os documentos mostram que as três responsáveis pelos trabalhos – Odebrecht, a Andrade Gutierrez e a Carvalho Hosken – levaram vantagens em mudanças no plano da região realizadas em 2012. Está última, inclusive, doou recursos para a campanha do prefeito Eduardo Paes, um dos beneficiados por dinheiro da Odebrecht em planilha obtida na operação Lava Jato.

A reportagem afirma que a prefeitura não detalhou em contrato as alterações nas obras, o que teria dificultado a fiscalização dos órgãos de controle. Além disso, as mudanças ocorreram após licitação, de modo que outras empresas não pudessem concorrer com as novas condições.

– Se queremos ter o dinheiro do ente privado, temos de atender aos seus interesses. Estamos muito tranquilos quanto a isso. Atender ao privado não é pecado – declarou o Paes na última terça-feira.

O projeto conceitual do Parque Olímpico foi feito pela Aecom, vencedora de concorrência realizada em 2011. A empresa de arquitetura indicou como as instalações esportivas da Olimpíada deveriam ser distribuídas no terreno do para a realização dos Jogos visando ao melhor aproveitamento de arenas esportivas já construídas para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e para maximização do legado da Rio-2016.

As obras no local foram realizadas por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada), na qual as empresas executariam as obras necessárias para a Olimpíada e, em contrapartida, receberiam do município a posse dos terrenos ocupados pelas estruturas temporárias ou estacionamento durante a Olimpíada.

Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken foram declaradas vencedoras da concorrência, concluída em março de 2012, como candidatas únicas. No mesmo mês, a prefeitura já apresentava ao COI um plano para a obra do diferente do produzido antes. Com as alterações, abriram-se espaços para projetos imobiliários das construtoras em terrenos próximos, os quais tendem a ser mais valorizados pela localização privilegiado. O COI reconheceu que mudança no projeto beneficiou as empreiteiras, mas deu seu aval.

A Odebrecht vem sendo investigada na Lava Jato por suspeitas de corrupção em duas obras olímpicas: a construção da Linha 4 do metrô e o projeto do Porto Maravilha.

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