Rio: uma cidade em obras e ajustes a um mês da abertura da Olimpíada
Em meio aos acertos finais de instalações esportivas e na corrida do governo estadual para entregar Linha 4 do metrô, capital fluminense já respira os Jogos, que começam em 30 dias
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O marco de um mês para a abertura dos Jogos Olímpicos reservou um Rio de Janeiro pressionado a fazer bonito em pouco tempo. O LANCE! circulou pela capital no último sábado e comprovou que, embora os números oficiais indiquem uma cidade praticamente pronta para o megaevento, ainda há muito trabalho por fazer.
A maior urgência é a conclusão do trecho olímpico da linha 4 do metrô, que ligará Ipanema até a Barra da Tijuca. A obra, orçada em R$ 9,77 bilhões e de responsabilidade do estado, está 97% completa.
Das cinco estações que estarão disponíveis somente ao público dos Jogos, Jardim de Alah e Antero de Quental ainda não foram entregues. A previsão é que o serviço comece a operar em 1 de agosto, apenas cinco dias antes da abertura.
Também há obras de reurbanização nos entornos das estações, além de asfaltamento e iluminação, ao custo de R$ 150 milhões. Em crise, o estado precisou de ajuda federal para arcar com os serviços.
Outro atraso ocorreu no corredor de ônibus BRT Transolímpica (99% pronto), que ligará o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, ao custo de R$ 2,2 bilhões. A mais nova previsão da prefeitura é de que ele seja concluído no sábado, mas só o público usará o serviço no início.
Durante as obras, a via causou desapropriações, e as mudanças no traçado original para evitar ainda mais prejuízos contribuíram para a demora. Seu prazo era 26 de abril.
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"Ao olhar a cidade, é claro que o cidadão fica preocupado e até ansioso, mas todas são obras em reta final. Temos de garantir que as entregas aconteçam de forma efetiva" - Marcelo Pedroso, presidente da APO
– Ao olhar a cidade, é claro que o cidadão fica preocupado e até ansioso, mas todas são obras em reta final. Temos de garantir que as entregas aconteçam de forma efetiva – disse Marcelo Pedroso, presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO).
Das novas instalações esportivas, que ao todo consumiram R$ 7,07 bilhões, duas não estão concluídas, embora já tenham sido entregues ao Comitê Rio-2016: o Velódromo e o Centro de Tênis, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.
Problemas financeiros com as empreiteiras resultaram no atraso. Ambas alcançaram 97%. As áreas de competição estão prontas, mas faltam acabamentos.
O Parque Olímpico, 99% concluído, passa por reforço no sistema de energia para evitar imprevistos em caso de quedas. A área sofreu apagões em eventos-teste. A Arena Rio, palco da ginástica, precisa receber o cabeamento de uma das fontes de alimentação, conforme exige o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Dos locais existentes antes de o Rio ser eleito sede, mas adaptados aos Jogos, o Centro de Hipismo, em Deodoro, é o maior problema. A Vila dos Tratadores, que abrigará profissionais essenciais ao bom desempenho dos cavalos, e a clínica veterinária já estouraram os cronogramas.
A montagem de estruturas provisórias ainda é realizada em todas as arenas. Para conter despesas, o Comitê Rio-2016 evitou alugar equipamentos com meses de antecedência.
Custo dos Jogos
Total
O custo oficial dos Jogos é de R$ 39,07 bilhões, sendo 57% de origem privada e e 43% de recursos públicos. Do total, R$ 7,07 bilhões foram gastos com arenas esportivas; R$ 24,6 bilhões destinaram-se a obras de legado para a cidade; e R$ 7,4 bilhões saíram do Comitê Rio-2016, por meio de patrocínios.
Prefeitura
R$ 19,31 bilhões (61%) vieram dos cofres municipais. A cifra inclui despesas
com arenas e obras de legado.
Governo estadual
R$ 10 bilhões (31,5%) vieram dos estado, a maior parte para financiar as obras da Linha 4 do metrô.
Governo federal
R$ 2,36 bilhões (7,5%) vieram dos cofres federais, a maior parte na construção de arenas. O número, no entanto, não inclui despesas como segurança e geradores.
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